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Depressão pode dobrar o risco de doenças crônicas, aponta pesquisa

Pessoas com histórico de depressão apresentam maior probabilidade de desenvolver diversas doenças crônicas ao longo da vida.
É o que mostra uma ampla pesquisa da Universidade de Edimburgo, na Escócia, publicada no jornal científico PLOS One.
Metodologia do estudo
A pesquisa analisou dados de mais de 172 mil pessoas do Biobanco do Reino Unido, acompanhadas por cerca de sete anos, e focou na relação entre a depressão e multicomorbidades, a presença simultânea de duas ou mais condições de saúde, como doenças cardiovasculares, diabetes, artrite e problemas pulmonares.
Desde o início da análise, participantes diagnosticados com depressão já apresentavam em média três doenças crônicas, enquanto os demais tinham duas.
Ao final do estudo, os que conviviam com o transtorno depressivo mostraram um risco duas vezes maior de acumular novas condições crônicas.
Esses dados se mantiveram mesmo após o ajuste de fatores como tabagismo, sedentarismo e índice de massa corporal.
Transtorno afeta autocuidado e agrava a saúde física
A depressão impacta diretamente a capacidade da pessoa de cuidar da própria saúde. Fadiga, desânimo, alterações no sono e no apetite são sintomas frequentes que dificultam a adesão a tratamentos médicos e o acompanhamento regular de outras doenças.
Isso pode levar à descontinuidade no uso de medicamentos, consultas negligenciadas e falta de ações preventivas, como controle da pressão arterial e do diabetes.
Distúrbios no sono, por exemplo, afetam o equilíbrio hormonal e podem elevar o nível de cortisol, o chamado hormônio do estresse. O excesso dessa substância está associado a doenças metabólicas, cardiovasculares e ganho de peso.
Já as alterações de apetite podem resultar tanto em desnutrição quanto em alimentação desbalanceada, favorecendo o desenvolvimento de novas condições clínicas.
Intervenção precoce pode evitar agravamentos
O estudo reforça a necessidade de identificação precoce e acompanhamento contínuo de pessoas com depressão.
A presença do transtorno não afeta apenas a saúde mental, mas contribui para um efeito cascata que compromete a qualidade de vida e aumenta a carga de doenças ao longo dos anos.
Para reduzir esse impacto, é essencial que o tratamento da depressão seja abrangente e integrado, combinando abordagem médica, suporte psicológico e incentivo a práticas de vida saudáveis, como sono regular, alimentação equilibrada, atividade física e controle do estresse.
O cuidado com a saúde mental, portanto, também é uma estratégia para proteger o corpo de doenças crônicas.