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Médico explica como é feita a mudança na cor dos olhos de Maya Massafera

Busca pelo procedimento de Maya Massafera mudar a cor dos olhos aumenta em consultórios oftalmológicos após ela surgir com os olhos verdes
No dia 16 de junho, a influencer Maya Massafera, de 44 anos, anunciou em suas redes sociais que passou por uma cirurgia para alterar a cor dos olhos: de castanhos passaram a ser verdes. O procedimento, feito em Londres, na Inglaterra, repercutiu no Brasil e, nas últimas semanas, levou adolescentes a buscarem pela intervenção estética.
A partir disso, o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto explicou como é feita a cirurgia de mudança na cor dos olhos. Queiroz explica que Maya Massafera passou por uma ceratopigmentação a laser com femtosegundo. Na intervenção cirúrgia, é criado um canal estromal na córnea por onde é inserido um pigmento biocompatível. O procedimento ambém pode ser lamelar quando o pigmento é inserido entre as camadas da córnea, ou epitelial quando o pigmento é colocado sobre a córnea, técnica que tem o inconveniente de poder desbotar.
A ceratopigmentação a laser é a mais moderna, precisa. e menos invasiva. O uso de óculos escuros é recomendado nas áreas ensolardas nas primeiras semanas por causa da fotofobia.
Técnicas
Atualmente existem três técnicas cirúrgicas para alterar a cor dos olhos:
- A ceratopigmentação;
- A despigmentação da íris com laser (LID na sigla em inglês);
- E o implante de íris colorida artificial;
No Brasil, nenhum deste procedimentos é recomendado para fins estéticos pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia), nem pela AAO (Academia Americana de Oftalmologia) nos EUA, diante do alto risco para a saúde ocular.
A ceratopigmentação é recomendada para:
- Mascarar leucomas que são cicatrizes brancas na córnea;
- Cobrir defeitos congênitos da íris;
- Camuflar olho branco decorrente da perda da visão por trauma, para melhorar a autoestima.
Riscos
O especialista ainda aponta os riscos potenciais da ceratopigmentação:
- Opacidade ou perda da transparência da córnea;
- Infecções por falha na assepsia após o procedimento;
- Inflamações crônicas relacionadas ao pigmento;
- Irregularidade na cor do olho;
- Fotofobia pela intervenção na córnea;
- Dificuldade futura em transplantes de córnea.
Cirurgias na íris
O procedimento, segundo o médico, pode ser ambulatorial com aplicação de YAG laser para retirar a camada superficial da íris, parte colorida do olho, para revelar o tom esverdeado ou azulado que fica abaixo.
A despigmentação da íris não é regulamentada pelas agências reguladoras – ANVISA no Brasil e FDA (EUA).
Riscos desta técnica
- Glaucoma pigmentar causado pelo entupimento dos canais de drenagem por partículas do epitélio da íris;
- Resultado estético irregular ou manchado;
- Fotofobia permanente;
- Risco de aumento da pressão intraocular e glaucoma.
Implante da íris
- Indicações: albinismo, defeitos congênitos, ausência total ou parcial da íris ou reconstrução de olhos com lesões para reduzir a fotofobia e melhorar a função visual.
- Contra-indicações: fins estéticos ou em pacientes com glaucoma, baixa contagem de células endoteliais na córnea, inflamação crônica como por exemplo uveíte ou alguma condição que aumente risco de descolamento de retina.
Queiroz ainda explica que a cirurgia é realizada com uma prótese flexível de silicone, que é inserida dobrada no olho após aplicação de anestesia local, por meio de uma pequena abertura na borda da córnea.O paciente volta para casa no mesmo dia em que é feito o procedimento.
“A única forma de mudar a cor dos olhos com total segurança é através do uso das lentes de contato coloridas que hoje tem muitas versões bastante confortáveis”, conclui.
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