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Música

Emicida, Luedji Luna, Jota.pê e Zudizilla entrevistam Stefanie

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Emicida, Luedji Luna, Jota.pê e Zudizilla entrevistam Stefanie


A espera valeu a pena. Depois de 20 anos de carreira, a rapper Stefanie lançou o aguardado disco de estreia, intitulado BUNMI, descrito como “um presente para a cultura”, com materialização das vivências e reflexões da cantora de Santo André, cidade da Região do Grande ABC.

Praticamente dois meses após o lançamento do álbum nas plataformas de streaming, Stefanie fará o show de lançamento na Casa Natura, em São Paulo, na próxima quinta, 26, com convidados de peso, como Emicida, Luedji Luna, Rashid, Mahmundi, Rincon Sapiência, Jota.pê, Zudizilla e muito mais — isso sem contar a direção musical de Daniel Ganjaman. Os ingressos estão disponíveis aqui.

Anteriormente à Rolling Stone Brasil, Stefanie refletiu sobre a própria trajetória da música em um depoimento emocionante. “Eu falaria: ‘Você é incrível, confie mais em você e não se desmereça’. Em alguns momentos da minha vida eu desmereci o meu talento”, disse. “Eu tinha algo precioso guardado. Todo mundo tem. Mas o mundo vai jogando tanta informação, a gente começa a se comparar, ainda mais atualmente, com as redes sociais. Não é assim. Cada um tem seu tempo e seu processo”.

Em uma pauta especial para a Rolling Stone Brasil, quatro dos participantes do show de Stefanie na Casa Natura enviaram uma pergunta para a cantora responder. Zudizilla, Jota.pê, Luedji Luna e Emicida questionaram a artista sobre o novo disco e fizeram algumas provocações sobre a relação dela com a arte. Leia abaixo:

Stefanie
Stefanie (Foto: Thales Côrtes)

Zudizilla: Esse disco tem uma atmosfera de autocura, e consequentemente atinge todos que entram em contato com ele. Eu queria saber se os próximos passos estão planejados e se terá Zudizilla neles?
Para mim, esse disco foi um processo de cura, porque consegui colocar para fora muita coisa que estava guardada e que eu não queria enxergar. Refleti muito sobre várias questões e consegui dar um novo significado para elas. Foi um processo muito importantíssimo e continuo nessa atmosfera do BUNMI, mas já tenho planos, sim. Meu amigo Zudi, você sabe que você mais que amigo, é meu irmão! A gente tem muita coisa para fazer ainda nessa vida, amigo.

Jota.pê: Qual é a memória mais bonita que a música te deu? Um dia cantando com alguém, um show, um momento ouvindo um som… a memória mais bonita relacionada à música?
Tenho muitas memórias em relação à música, mas uma das memórias mais recentes que tive foi com minha filha. Ela gosta muito de cantar quando a gente está em casa escutando as minhas músicas. Há um tempo eu fui fazer uma apresentação e ela quis subir no palco. Na época, Marina tinha cinco anos e ficou todo toda animada para subir no palco: “Quero subir no palco!” Daí de repente ela subiu, pegou o microfone e começou a cantar o refrão de “Mulher MC”. Aquilo me pegou muito e me marcou bastante — tenho até o registro desse dia. Fiquei refletindo o quanto a nossa carreira e vida influencia na vida dos meus filhos. Daí eu fiquei pensando: “Nossa, será que ela vai querer seguir o mesmo caminho?” Até mesmo porque ela é muito espirituosa, uma pessoa, uma criança, muito feliz. Então aquilo me pegou muito. É uma memória que sempre lembro.

Luedji Luna: O que te motiva a cantar?
É como digo: rimar é ação de unir útil ao agradável. Eu sou completamente apaixonada pela cultura hip hop, e foi no rap que encontrei uma maneira de colocar para fora o que sinto e conseguir me expressar. E, além disso, é muito bom quando as pessoas chegam em você e falam que sua música veio de uma maneira agradável e que somou. Então é um misto de amor com colocar para fora o que sinto.

Emicida: Quando ouço o disco, sinto que Stephanie é o monge mencionado na primeira faixa, não por causa do estereótipo do monge, mas pelo seu empenho em preservar seu estado mental em meio a uma realidade muitas vezes caótica. Seu disco demorou e muitas vezes essa demora dilui a capacidade de muitos bons artistas de entregar algo à altura de seu potencial, o que claramente não foi o seu caso. O que você diria que foram as ferramentas usadas para proteger esse talento tão reluzente enquanto a vida não apresentava condições objetivas de colocar seus projetos na rua?
Eu sempre tive uma preocupação e um certo medo de me perder nesse mundo que a gente vive. Foi muito importante para mim ter pessoas que me conhecem verdadeiramente; se eu fizesse alguma coisa ali que não tivesse nada a ver comigo, elas iam chegar e falar: “Nossa, por que você está fazendo isso?” Iam chegar e me cobrar, sabe? Ter pessoas reais ao nosso lado é muito importante. Uma coisa que eu faço e trago para a minha vida que me ajuda muito são as minhas meditações, minhas corações, elas conseguem me trazer para o chão, dar esse equilíbrio e trazer as lembranças do que acredito.

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