Celebridade
Ana Castela nega procedimentos estéticos e especialista avalia: ‘Pode gerar deformidades’

Em entrevista à CARAS Brasil, Denize Peruzzo analisa polêmica envolvendo Ana Castela e alerta para os impactos da pressão estética nas redes sociais
A cantora Ana Castela se tornou alvo de críticas após sua aparição no leilão beneficente do Instituto Projeto Neymar Jr. Internautas passaram a especular que a artista teria feito procedimentos estéticos no rosto, especialmente por conta do volume labial e do formato facial. Em resposta, a sertaneja foi categórica: “Eu não fiz nada não, meu rosto já é meio quadrado mesmo, isso é de mim. A boca? Passo lápis pra ficar maior. Eu sou linda natural”.
Apesar da negativa, o caso reacendeu um debate sobre os limites da estética em rostos jovens. Em entrevista para a CARAS Brasil, a dentista Denize Peruzzo, especialista em harmonização facial com foco em resultados naturais, explicou os principais sinais de intervenções estéticas e os riscos de aderir a esse tipo de procedimento sem real necessidade.
Quais sinais indicam que uma harmonização facial foi feita?
Segundo Denize, mudanças sutis no contorno do rosto podem indicar o uso recente de preenchedores à base de ácido hialurônico. “Os sinais mais evidentes de uma harmonização facial recente — especialmente com preenchedores à base de ácido hialurônico — são o edema localizado, o aspecto mais rígido ou projetado das estruturas faciais e uma mudança no jogo de luz e sombra do rosto, que altera a naturalidade do contorno facial”, explica.
A especialista detalha que, em rostos jovens, o preenchimento se torna ainda mais evidente. “A pele naturalmente firme e com tônus preservado não tem a mesma necessidade de reposição volumétrica. Quando há aplicação em excesso ou fora de indicação, isso gera uma distensão dos tecidos, com volume artificial e desproporcional à harmonia do rosto — principalmente nas áreas de malar, mandíbula, mento e lábios.”
Ela também chama atenção para outro sinal importante: “A perda das transições anatômicas suaves. Em uma face jovem e natural, as curvas do rosto são contínuas e delicadas. Quando há preenchimento excessivo, observamos interrupções abruptas nessas curvas, com áreas de saliência exagerada — como maçãs do rosto muito proeminentes, mandíbula quadrada ou queixo pontiagudo.”
Ainda de acordo com a dentista, “é possível notar sinais indiretos, como assimetrias transitórias, brilho excessivo na pele esticada pelo volume e movimentos faciais limitados nas regiões tratadas — tudo isso perceptível até mesmo em fotos e vídeos.”
Existe idade certa para fazer harmonização facial?
Denize afirma que o fator determinante não é a idade, e sim uma boa indicação clínica. “A estética deve ser feita com propósito — seja ele preventivo ou corretivo. No entanto, é importante ter cautela com pacientes muito jovens, principalmente em procedimentos mais estruturais.”
Ela alerta sobre as consequências de intervenções feitas cedo demais: “A pele jovem ainda possui firmeza, elasticidade e volume natural, e qualquer distensão excessiva pode resultar, ao longo do tempo, em flacidez precoce ou perda da integridade do tecido.”
“Meu olhar clínico sempre prioriza o cuidado preventivo com equilíbrio, evitando transformações marcadas em uma fase em que o rosto ainda está em construção física e até emocional”, acrescenta.
Como a pressão estética pode influenciar decisões equivocadas?
Peruzzo também pontua que o julgamento constante nas redes sociais tem influenciado diretamente a juventude. “Vivemos uma era de sobrecarga estética, onde a comparação é constante e os padrões mudam rapidamente. O risco de se submeter a procedimentos sem real indicação é perder a naturalidade dos traços, com alterações de volume e contorno que deixam de refletir a identidade da pessoa.”
Além disso, a especialista reforça o impacto de repetições frequentes: “Intervenções repetitivas e precoces podem gerar um efeito cumulativo, promovendo deformidades e a necessidade de correções futuras.”
Por fim, ela faz um alerta necessário: “O maior desafio da estética atual é respeitar a linha tênue entre a prevenção e o exagero — e, sobretudo, proteger os pacientes da pressão externa, para que a decisão de intervir seja consciente, individual e segura.”
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