Doja Cat desabafa sobre assédio e reação do público choca a web

Doja Cat voltou ao centro dos holofotes das redes sociais mas, desta vez, o episódio vai além da típica polêmica viral. A artista revelou ter se sentido invadida em uma interação com um influenciador, e a reação do público à sua franqueza levanta questões sérias sobre limites, fama e a forma como tratamos as vozes femininas.

O vídeo que iniciou tudo mostrava Doja ao lado de Pablo Tomayo, criador de conteúdo no TikTok com mais de 400 mil seguidores, que desenha joias personalizadas e já teve seu trabalho elogiado por celebridades como Paris Hilton e Rihanna. Na gravação, Pablo entrega a camisa do próprio corpo para Doja, os dois se abraçam, trocam um beijo no rosto e pulam juntos, aparentemente celebrando o momento.

Mas uma semana depois, a cantora compartilhou no X (antigo Twitter) que, apesar das aparências, não se sentiu bem durante o encontro. Em uma postagem que depois foi deletada, ela escreveu:

Vou sorrir pra você, mas não quer dizer que eu gosto de você. Não me toque, não me agarre, principalmente se você nem sabe meu nome. É loucura alguém me beijar no rosto assim. Eu preciso aprender a me impor mais no momento.

Questionada sobre o porquê de parecer confortável no vídeo, Doja respondeu: “Eu estava muito bêbada, não sei o que dizer.” Em outro post, também deletado, comentou que havia jogado a camisa fora — “aquele pano fedido” — e reforçou que, embora ele tivesse um bom cheiro, o que a incomodou foi a falta de consentimento físico: “Ele foi íntimo demais sem pedir”.

Ao descobrir os comentários, Pablo gravou um vídeo emocionado no TikTok. “Isso dói porque eu gostava muito dela. Nunca me declarei o maior fã, mas admiro demais o trabalho dela. Nunca quis deixá-la desconfortável”, disse. Ele também afirmou que só filmou com o consentimento dela e que respeita completamente seus limites: “Ela é uma celebridade. Eu não sou. Nunca vou entender essa posição”.

“Peço desculpas se fiz algo errado. Jamais foi minha intenção”, finalizou.

A questão é complexa. Ninguém precisa ser rotulado como vilão nessa história para que a conversa sobre consentimento e respeito aconteça. Doja Cat tem todo o direito de expressar como se sentiu, mesmo que o vídeo diga outra coisa em aparência. Pablo, por sua vez, reagiu com empatia e responsabilidade. Mas o que realmente assusta é a reação de parte da internet: comentários que descredibilizam a fala da artista e reforçam a ideia de que um sorriso ou um gesto amistoso validam o toque sem permissão. Chappell Roantem trazido essa questão à tona, sendo bem vocal sobre o quanto é estranho as pessoas pensarem que te conhecem porque te acompanham online; Robert Smith também concordou sobre o quanto esse comportamento é invasivo.

Estamos em 2025, e ainda precisamos repetir que consentimento não é negociável, nem entre fãs e ídolos, nem entre estranhos, nem diante das câmeras.

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