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Sly Stone, gênio da Sly & the Family Stone, morre aos 82 anos

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Sly Stone, gênio da Sly & the Family Stone, morre aos 82 anos



Sly Stone, um dos músicos mais influentes e inovadores do final dos anos 60 e início dos anos 70, que rompeu as barreiras do rock, pop, funk e soul, morreu nesta segunda-feira, 9. Ele tinha 82 anos.

A causa da morte foi uma “longa batalha contra a DPOC e outros problemas de saúde subjacentes”, de acordo com um comunicado de sua família. O texto diz:

“É com profunda tristeza que anunciamos o falecimento do nosso querido pai, Sly Stone, do Sly and the Family Stone. Sly faleceu em paz, cercado por seus três filhos, seu amigo mais próximo e sua família. Enquanto lamentamos sua ausência, nos consolamos em saber que seu extraordinário legado musical continuará a ressoar e inspirar as gerações futuras.”

A família acrescentou que Stone “concluiu recentemente o roteiro de sua história de vida, um projeto que estamos ansiosos para compartilhar com o mundo no devido tempo”.

A história de Sly Stone

No auge de seu sucesso, quando sucessos como “Dance to the Music” e “Everyday People” estavam no topo das paradas, o cantor e músico extremamente inventivo apresentou uma imagem otimista e vibrante, em sintonia com a época, unindo públicos negros e brancos, animando multidões com shows eletrizantes. Mas a imprevisibilidade que era a essência de sua genialidade deu lugar a um longo declínio, à medida que seus demônios pessoais destruíam o que ele havia sido.

Nascido Sylvester Stewart no Texas em 1943, Stone começou a fazer música com seus irmãos ainda criança: The Stewart Four (Sylvester, suas irmãs Rose e Vaetta, e seu irmão Freddie) lançaram seu primeiro single, “On the Battlefield for My Lord”, em 1952. Mudou-se para a Califórnia para cursar a faculdade e tornou-se uma voz conhecida na cena musical da Bay Area. Como produtor da Autumn Records, compôs sucessos como “C’mon and Swim”, de Bobby Freeman; também produziu “Somebody to Love”, da banda de pré-Jefferson Airplane de Grace Slick, a Great Society.

Ele também foi DJ nas rádios KSOL e na KDIA. Mais tarde, observou que: “No rádio, descobri muitas coisas de que não gosto. Tipo, acho que não deveria haver ‘rádio negra’. Só rádio. Todo mundo participa de tudo”.

O sucesso de Sly & the Family Stone

A banda de Sly Stone, chamada Sly & the Family Stone, se formou ao longo de 1966 e 1967. Era realmente uma espécie de família: Sly e seus irmãos, Rose e Freddie, juntaram-se aos primos Greg Errico e Jerry Martini, além do baixista Larry Graham e da trompetista Cynthia Robinson.

O sucesso de destaque da Family Stone foi “Dance to the Music”, de 1968, em que suas vozes e instrumentos, agudos e graves, cada um deles se revezavam sob os holofotes. Uma banda mestiça, com membros masculinos e femininos, tocando rock com soul juntos era algo raro na época — uma visão utópica do que a música pop poderia ser.

Sucessos como “Life”, “Stand!”, “Everyday People” e “Hot Fun in the Summertime” se seguiram: todos hinos de solidariedade e alegria que reconheciam a dor e a frustração da época e encorajavam o público a transcendê-las. A performance arrebatadora de “I Want to Take You Higher” por Sly & the Family Stone em Woodstock em 1969 foi um triunfo daquela época, e a banda encerrou a década com um enorme sucesso: “Thank You (Falettinme Be Mice Elf Agin)”, cujo funk alegre mascarava o horror existencial e o sarcasmo dilacerante de suas letras.

O próximo álbum deveria se chamar The Incredible and Unpredictable Sly & the Family Stone — uma referência indireta ao hábito de Stone de faltar a shows, mesmo depois de se mudar de São Francisco para uma mansão em Bel Air. Ele finalmente lançou sua obra-prima, There’s a Riot Goin’ On, no final de 1971. Gravado com a ajuda de Bobby Womack e uma bateria eletrônica antiga, o disco era uma visão sombria, marcada e instável — os resquícios azedos do sonho dos anos 60.

A família Stone se desintegrou nos anos seguintes, à medida que Sly se afundava no abuso de drogas e se tornava ainda mais errático. Ele se casou com Kathy Silva no palco, diante de uma plateia de 20 mil pessoas, em um show com ingressos esgotados no Madison Square Garden em 1974, mas em poucos meses a banda se separou, e o casamento, que gerou um filho, Sylvester Jr., não durou muito mais.

Silva, anos depois, disse:

“Ele me batia, me mantinha em cativeiro e queria que eu participasse de ménages a trois. Eu não queria aquele mundo de drogas e esquisitices.”

Sly teve mais duas filhas, Sylvette e Novena Carmel.

Novas tentativas e problemas

Sly perseverou, fazendo uma tentativa após a outra para reconquistar o público. Seu álbum de 1976 chamava-se Heard Ya Missed Me, Well I’m Back (Ouvi que vocês tinham sentido minha falta; bem, eu voltei), e o que o seguiu, três anos depois, Back on the Right Track (De volta ao caminho certo).

Depois do inacabado Ain’t But the One Way, de 1982, ele nunca mais lançou um álbum com material inédito e original, apesar dos rumores persistentes de que estava trabalhando no disco mágico que reergueria sua carreira. Ele colaborou com George Clinton, a quem influenciou bastante; participou como vocalista convidado em discos dos Bar-Kays e Earth, Wind and Fire.

Stone, no entanto, tem sua cota de problemas pessoais. Ele foi preso por porte de cocaína diversas vezes na década de 1980 e cumpriu 14 meses de prisão em um centro de reabilitação a partir de 1989. Entre a inclusão de Sly & the Family Stone no Rock and Roll Hall of Fame em 1993 e a homenagem a eles no Grammy Awards em 2006 (na qual Sly apareceu por alguns minutos com um enorme moicano loiro e depois sumiu), ele praticamente desapareceu.

Entrevistado pela Vanity Fair em 2007, ele afirmou ter “uma biblioteca” de material novo, “cento e algumas músicas, ou talvez duzentas”. Em 2011, o New York Post noticiou que ele morava em uma van em Los Angeles; no mesmo ano, ele lançou I’m Back! Family & Friends, regravações em sua maioria medíocres de seus clássicos dos anos 60.

A glória de Sly Stone

Mas o espectro de seus anos de glória permaneceu. Os excelentes discos de Stone dos anos 1960 e início dos anos 1970 inspiraram Miles Davis e Herbie Hancock a incorporar instrumentos elétricos e grooves de funk ao jazz. Prince, Red Hot Chili Peppers e The Roots fizeram covers de músicas de Sly & the Family Stone.

Em fevereiro, Questlove lançou Sly Lives! (também conhecido como The Burden of Black Genius), um documentário sobre a carreira do músico. Em entrevista de março à Rolling Stone EUA, Questlove falou sobre o estado mental positivo em que Stone se encontrava.

“Ele provavelmente está no melhor estado mental e condição que já vi. Conversamos semanalmente. Acho que agora ele está em um estado mental em que está pronto. Ele está definitivamente animado com as novas músicas.”

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