Celebridade
Maria Eduarda de Carvalho diz que é reconhecida nas ruas por papel com TOC: ‘Ajudou muita gente”

Atriz que faz a Teresa de Garota do Momento, Maria Eduarda de Carvalho revela impacto de personagem em entrevista à CARAS Brasil
Vivendo a intensa e controladora Teresa em Garota do Momento, novela da faixa das 6 da TV Globo, Maria Eduarda de Carvalho (42) dá vida a uma mulher marcada por perdas e rituais incontroláveis. Ambientada nos anos 1950, a trama resgata com sensibilidade e estética apurada as contradições dos chamados “anos dourados”.
“É uma honra imensa fazer parte de um projeto que, além de contar com um apuro artístico raro, ainda tem um valor histórico inestimável: revelar ao Brasil a história que a história não conta sobre os nossos ‘anos dourados’, foi uma sacada genial da Alessandra Poggi. Garota do Momento é uma conjunção de muitos acertos e eu agradeço todos os dias por fazer parte deste grande sucesso”, celebra a atriz, orgulhosa da repercussão que a novela tem alcançado, em entrevista à CARAS Brasil.
Na trama, Teresa é uma dona de casa impecável, que vive sob a rigidez de hábitos compulsivos, intensificados após um trauma familiar. O retrato do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), longe dos estereótipos de “mania” ou “esquisitice”, é um dos pontos altos de sua atuação.
“Tenho um pai psiquiatra e uma mãe psicanalista, o que — de certa forma — me torna um eterno caso clínico, mas também me oferta a possibilidade de um aprofundamento maior em relação às questões ligadas ao nosso mundo psíquico. Teresa desenvolveu este transtorno a partir de um evento trágico que aconteceu com sua filha. Refletindo sobre os sentimentos de impotência e de culpa que ela sente, comecei a construí-la”, explica Maria Eduarda, que buscou trazer nuances reais e respeitosas ao sofrimento silencioso da personagem.
O retorno do público, especialmente de quem convive com o TOC ou só agora reconheceu os sintomas em si, tem sido um presente para a atriz. “Sim! Muitas pessoas vieram me dizer que não sabiam que o que tinham era um transtorno. É muito bacana essa função que a novela também ocupa na vida das pessoas e fiquei feliz quando soube que a personagem começaria a fazer terapia, além de ser medicada”, diz.
“Vivemos um tempo de pouca subjetivação, que se contrapõe a um excesso de medicalização. É importante pensar que a medicação combate os sintomas, mas as causas de uma doença psíquica só serão realmente tratadas por meio de um processo de terapia”, finaliza a atriz.