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Grupo de alimentos que aumenta risco de depressão em até 49%, segundo Harvard

O que antes era apenas motivo de preocupação com o peso agora também chama a atenção pelo impacto na saúde mental.
Um estudo conduzido pela Harvard Medical School, publicado na revista científica JAMA Network Open, relaciona o consumo frequente de alimentos ultraprocessados a um risco maior de desenvolver depressão.
A pesquisa acompanhou mais de 31 mil mulheres, com idades entre 42 e 62 anos, ao longo de 14 anos. Nenhuma delas tinha diagnóstico prévio de depressão.
Os resultados mostram que aquelas que consumiam mais de 8,8 porções diárias de ultraprocessados tinham 49% mais chances de desenvolver o transtorno, em comparação às que ingeriam menos de quatro porções.
Quais são as maiores vilãs?
Dentro do grupo de ultraprocessados, as bebidas adoçadas artificialmente chamaram atenção especial dos pesquisadores.
Refrigerantes diet e outras bebidas com adoçantes como o aspartame podem aumentar em até 37% o risco de depressão, segundo o estudo.
O Dr. Raaj Mehta, da Harvard, explica que compostos químicos presentes nesses produtos podem afetar negativamente o funcionamento do cérebro.
“Quanto maior o consumo dessas bebidas, mais evidente é o risco de desenvolver problemas de saúde mental”, afirma.
O aspartame, adoçante comum em refrigerantes e produtos “zero açúcar”, já havia sido classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “possivelmente cancerígeno” em 2023. Agora, seu possível impacto psicológico entra no radar científico.
O que são os ultraprocessados?
Ultraprocessados são produtos alimentícios altamente industrializados, cheios de aditivos, conservantes, corantes e ingredientes artificiais. Não se parecem com comida de verdade — e muitas vezes, nem contêm ingredientes que você encontraria em casa.
Lasanhas congeladas, salgadinhos de pacote, embutidos e refrigerantes são exemplos comuns.
Esse tipo de alimento já foi associado a problemas como obesidade, diabetes tipo 2 e certos tipos de câncer. Agora, a lista de preocupações se amplia para incluir a saúde mental.
Apesar dos dados preocupantes, especialistas pedem cautela. O estudo é robusto, mas não suficiente para confirmar uma relação direta de causa e efeito.
Enquanto isso, escolhas alimentares conscientes podem ser aliadas não só da saúde física, mas também da emocional. Rever o que colocamos no prato — e no copo — pode ser um primeiro passo para cuidar melhor da nossa saúde mental.