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Você precisa de muitos amigos para ser feliz? A resposta pode surpreender

Nos dias de hoje, nunca foi tão fácil enviar uma mensagem ou um emoji. Ainda assim, muitas pessoas se sentem mais sozinhas do que nunca.

Um exemplo vem dos Estados Unidos: em pouco mais de dez anos, quadruplicou o número de adultos que dizem não ter nenhum amigo íntimo. O salto foi de 3% em 2008 para 12% em 2021. Entre as mulheres, o aumento foi ainda maior.
Esse cenário liga um alerta sobre algo essencial, mas pouco discutido no dia a dia: ter com quem contar faz diferença na saúde e na felicidade.
Existe um número ideal de amigos?
Pesquisas sugerem que a maioria das pessoas tem de três a seis amizades próximas. Já a chamada “teoria de Dunbar” propõe que conseguimos manter cerca de 150 relações ativas, sendo apenas cinco verdadeiramente profundas.
Para chegar a esse nível de intimidade, estima-se que sejam necessárias em torno de 200 horas de convivência — e não basta tempo: é preciso presença genuína, escuta e abertura.
Mais importante do que ter muitos contatos é contar com conexões verdadeiras. Estudos mostram que manter laços profundos pode ter impacto direto na saúde física.
Um levantamento com mais de 3 mil adultos identificou que pessoas com ao menos seis bons amigos apresentavam pressão arterial mais controlada e menor inflamação no corpo.
Outra pesquisa, feita com mulheres de meia-idade, apontou que aquelas com três ou mais amizades sólidas relataram níveis mais altos de satisfação com a vida, mesmo levando em conta fatores como renda, casamento e escolaridade.
Como saber se você está solitário?
Solidão não significa estar só fisicamente. Alguns sinais merecem atenção:
- Passar o dia inteiro sem conversar com ninguém fora do trabalho;
- Sentir-se isolado mesmo em ambientes cheios;
- Recusar convites por não saber o que dizer.
Durante a pandemia, um terço dos americanos relatou se sentir profundamente solitário. Reconhecer esses sintomas pode ser o primeiro passo para se reconectar.
Dá para mudar isso na vida adulta?
A correria do cotidiano e a distância geográfica podem dificultar, mas não impedem a criação de laços. Algumas dicas:
- Transforme tarefas em encontros: convide um amigo para caminhar ou fazer compras com você;
- Reative vínculos antigos com áudios curtos e sinceros;
- Participe de atividades em grupo, como aulas ou clubes, que facilitam conversas sem pressão.
Não existe fórmula certa: alguns se satisfazem com um pequeno grupo fiel, enquanto outros se nutrem de círculos maiores. O essencial é ter pelo menos alguém que entenda você até no silêncio.
Em uma era que valoriza números — curtidas, seguidores, visualizações —, vale lembrar que o bem-estar se constrói nos momentos compartilhados e nas conexões que resistem ao tempo.