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Estudo revela forte ligação entre depressão e risco de demência


Um estudo publicado na revista eClinicalMedicine revelou uma conexão direta entre depressão e risco aumentado de demência, tanto na meia-idade quanto na terceira idade. A pesquisa foi conduzida por especialistas das universidades de Nottingham, Adelaide e Curtin, na Austrália.
Segundo os autores, a descoberta reforça a importância de tratar a depressão não só para proteger a saúde mental, mas também como uma estratégia preventiva para preservar a saúde do cérebro ao longo da vida.
Por que a depressão aumenta o risco de demência?
A relação entre depressão e demência é complexa e envolve diversos fatores biológicos e comportamentais, como:
- Inflamação crônica no organismo
- Desregulação hormonal do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
- Alterações nos vasos sanguíneos cerebrais
- Desequilíbrios nos neurotransmissores
- Redução de fatores neurotróficos essenciais para o cérebro
- Predisposição genética e hábitos de vida semelhantes
Quando a depressão mais impacta o risco de demência?
O estudo investigou se a depressão tem maior impacto quando surge na meia-idade (a partir dos 40 anos) ou na terceira idade (acima dos 60 anos). A análise concluiu que, em ambas as fases, a depressão está associada a um risco significativamente maior de desenvolver demência.
Além disso, os pesquisadores levantam a hipótese de que a depressão na velhice pode, em alguns casos, ser um sintoma precoce do próprio processo de desenvolvimento da demência.
Como o estudo foi realizado?
A pesquisa é uma das mais robustas já feitas sobre o tema. A equipe realizou:
- Uma revisão abrangente de estudos anteriores com meta-análises consolidadas
- Uma reanálise dos dados de estudos individuais
- A inclusão de pesquisas recentes não contempladas em revisões anteriores
Com essa abordagem, os pesquisadores conseguiram calcular, de forma precisa, como a depressão em diferentes momentos da vida impacta o risco de demência.
Saúde mental é saúde cerebral
Atualmente, mais de 57 milhões de pessoas no mundo vivem com demência, e não há cura. Por isso, identificar e tratar fatores de risco, como a depressão, se tornou uma prioridade global em saúde pública.
A pesquisa deixa claro que investir no diagnóstico e no tratamento da depressão, em qualquer idade, pode ser uma poderosa estratégia para proteger a saúde do cérebro e reduzir o risco de demência no futuro.