Moda
Ciência descobre ‘interruptor’ genético que controla a ansiedade

Pesquisadores da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, fizeram uma descoberta surpreendente: identificaram um “interruptor” genético que controla a ansiedade no cérebro. A pesquisa, publicada na revista Molecular Psychiatry, mostra que a alteração desse interruptor no DNA de camundongos aumentou significativamente os níveis de ansiedade.
A descoberta oferece uma nova esperança para milhões de pessoas que sofrem com transtornos de ansiedade, ao apontar um possível alvo para desenvolvimento de medicamentos mais eficazes.
Como funciona esse “interruptor” da ansiedade?
O estudo utilizou a avançada técnica de edição genética CRISPR para investigar uma região específica do DNA chamada BE5.1, responsável por ativar o gene BDNF — essencial para o desenvolvimento e funcionamento saudável do cérebro.
Quando os pesquisadores removeram o BE5.1, observaram um aumento significativo da ansiedade nos camundongos, especialmente nas fêmeas. Isso sugere que esse potenciador genético tem um papel fundamental no controle do humor e da ansiedade.
Segundo os autores, humanos e camundongos compartilham mecanismos genéticos semelhantes, o que significa que essa descoberta pode ser diretamente relevante para a saúde mental humana.
O que dizem os especialistas?
O Dr. Andrew McEwan, um dos líderes da pesquisa, explica:
“Para entender as doenças mentais, é fundamental conhecer não apenas como funcionam as proteínas no cérebro, mas também os interruptores escondidos no genoma que controlam a produção dessas proteínas.”
Ele ressalta que estudar o DNA não codificante, que não gera proteínas, mas regula sua produção, é chave para desvendar os mecanismos por trás de doenças como ansiedade, depressão, obesidade e dependência química.
Afinal, de onde vem a ansiedade?
A ansiedade é uma reação natural do organismo frente a situações de perigo, estresse ou incerteza. Contudo, quando se torna intensa, frequente e desproporcional, pode evoluir para um transtorno de ansiedade, afetando profundamente a qualidade de vida.
Principais causas e fatores de risco para ansiedade:
- Genética: histórico familiar de ansiedade aumenta o risco.
- Alterações no cérebro: desequilíbrios de serotonina, GABA e noradrenalina.
- Experiências traumáticas: abuso, estresse crônico, perdas e traumas.
- Fatores ambientais: poluição, estresse social, insegurança e desigualdade.
- Doenças físicas: como hipertireoidismo, diabetes, problemas respiratórios e dores crônicas.
- Uso de substâncias: álcool, drogas, cafeína e até alguns medicamentos podem desencadear ou piorar os sintomas.