Celebridade
Maestro João Carlos Martins se despede dos palcos internacionais

O maestro João Carlos Martins se prepara para se despedir dos palcos internacionais em grande estilo, com direito a ingressos esgotados
O maestro João Carlos Martins se prepara para se despedir dos palcos internacionais em grande estilo. O músico de 84 anos realizará um show na próxima sexta-feira, 9, no Carnegie Hall, em Nova York, e a apresentação já está com os ingressos esgotados.
O show simboliza o fim de um ciclo iniciado há mais de 50 anos no mesmo local. O famoso recebeu recentemente o diagnóstico de câncer e foi recomendado a não tocar mais piano, porém ele insiste em desafiar a distonia focal, doença que afeta o controle das mãos.
Para conseguir se apresentar, João Carlos Martins irá utilizar uma técnica que consiste em mergulhar as mãos em água quente no intervalo do espetáculo. Apesar de ser uma despedida dos palcos internacionais, no Brasil ele pretende manter uma agenda mais leve.
Diagnóstico
O maestro João Carlos Martins foi diagnosticado com câncer na próstata em março. Na mesma semana em que soube do resultado dos exames, fez biópsia e passou por uma cirurgia. A revelação, contudo, foi feita pelo artista somente algum tempo depois, em entrevista a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Durante o papo, ele relembrou o momento em que recebeu o diagnóstico. “Aos 84 anos, depois de ter realizado 30 cirurgias, principalmente nas mãos, a última coisa que eu esperava era ser diagnosticado com câncer na próstata. E isso aconteceu, em março passado. A decisão [depois do diagnóstico], minha e dos médicos Roberto Kalil Filho, Raul Cutait e Anuar Mitre, foi imediata: biópsia e cirurgia”.
Ele contou também que passou por momentos dramáticos durante o pós-operatório. “Era um câncer agressivo. A operação [no fim de março] durou 4h20 e foi um sucesso de 100%. Mas o pós-operatório foi um grande problema. Eu nunca vivi algo tão dramático”.
Ele ainda comparou o procedimento contra o câncer a uma “operação de guerra”. “À meia-noite, depois que fiz uma tomografia com contraste, a equipe dos médicos Roberto Kalil Filho e Raul Cutait entrou no meu quarto e disse: você está correndo o risco de ter seu intestino delgado perfurado. Havia uma obstrução e as fezes já estavam perto do pulmão”.
“Começou uma operação de guerra que durou 24 horas. Eu tenho até vergonha de contar. Injetaram um litro [de uma substância para desobstruir o intestino]. Era como se eu estivesse em uma galeria de esgoto”, completou ele.
Apesar da situação desconfortável, o procedimento o salvou. “Eu precisava ser trocado de meia em meia hora. Meu Deus do céu! Foi a pior noite da minha vida. Fiquei traumatizado. Eu durmo e acordo com isso. Mas, graças a Deus, eles me salvaram”.
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