Música
João Carlos Martins esgota ingressos da última apresentação em Nova York

O icônico maestro João Carlos Martins se prepara para uma despedida dos palcos internacionais. A última apresentação acontecerá em Nova York nesta sexta-feira, 9. Com todos os ingressos esgotados, o concerto simboliza a importância do maestro para a música brasileira e mundial.
Dividido em duas partes, o espetáculo começa com um momento dedicado a conectar o Brasil com a Europa a partir de obras de Johann Sebastian Bach e Heitor Villa-Lobos. Depois, Martins traz composições de Tom Jobim, Piazzolla, John Williams e Morricone.
A apresentação no imponente Carnegie Hall também tem um significado especial que vai além da despedida. Ele estreou naquele palco na década de 1960 a convite da então primeira-dama dos EUA, Eleanor Roosvelt, e voltou para a sala de espetáculos em Manhattan em 1978, após um afastamento por problemas nas mãos.
Desafios
Quase 50 anos depois, o maestro volta ao Carnegie Hall rodeado por desafios. No final de abril, ele revelou ter descoberto um câncer de próstata. O diagnóstico veio em março deste ano durante exames de rotina.
De acordo com o músico de 84 anos, trata-se de um câncer agressivo e que precisou de cirurgia imediata, realizada dois dias após a biópsia. À Folha de S.Paulo, ele falou sobre o drama “devastador”:
Aos 84 anos, depois de ter realizado 30 cirurgias, principalmente nas mãos, a última coisa que eu esperava era ser diagnosticado com câncer na próstata. E isso aconteceu, em março passado.”
Além disso, ele enfrenta a distonia focal, um distúrbio neurológico que afeta o movimento das mãos. Por isso, aproveitará o intervalo da apresentação em Nova York para mergulhar as mãos em água quente e contornar as dores.
Curado do câncer e desafiando as recomendações médicas, João Carlos Martins está longe de interromper os planos. Embora a apresentação em Nova York seja tratada como a última dele fora do Brasil, o maestro revela que a caminhada dele no país ainda tem muita coisa pela frente.
“Vou me dedicar totalmente a uma revolução na educação musical para crianças de cinco, seis anos de idade. Já iniciei um projeto no Liceu Pasteur (em São Paulo) e fiz uma exposição no Senado Federal. Estou falando com o Conselho de Educação. É um projeto não para enfiar goela abaixo a música para uma criança, mas através de uma brincadeira e criança procurar a música.”
+++LEIA MAIS: Maestro João Carlos Martins revela diag