Celebridade
Saúde ou estética? Médico alerta sobre complexidade da cirurgia de Thais Carla: ‘Risco’

A influenciadora e dançarina Thais Carla surpreendeu os fãs ao anunciar que passou por uma cirurgia bariátrica, mesmo após já ter perdido 30 quilos nos últimos meses. Conhecida por seu ativismo em prol da aceitação corporal e por defender a beleza em todos os corpos, Thais afirmou que sua decisão teve como motivação a saúde, especialmente após a perda recente do pai e ao refletir sobre sua própria longevidade ao lado das filhas.
A mudança de postura da influenciadora reascende um importante debate: obesidade é uma questão de estética ou saúde? Para o cardiologista Dr. Elzo Mattar, em entrevista à CARAS Brasil, a resposta é clara.
“A Thais Carla sempre defendeu a ideia de que a gente deve amar nosso corpo, e ela está certa. A beleza não está em um único padrão. Mas é fundamental entender que obesidade não é uma questão estética, é uma doença. E isso precisa ser encarado com seriedade”, afirma o médico.
A obesidade é reconhecida como uma doença crônica pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e está associada a uma série de comorbidades, como hipertensão, diabetes tipo 2, apneia do sono e até mesmo diversos tipos de câncer.
“A pessoa pode se sentir linda e confiante, e isso é maravilhoso. Mas o sobrepeso e a obesidade trazem consequências reais para o organismo. Aumenta a pressão arterial, o risco de insuficiência cardíaca, prejudica o sono, pode causar insuficiência renal e até aumentar as chances de câncer de mama e de intestino. Não é só sobre aparência, é sobre saúde”, alerta o Dr. Mattar.
Apesar de sempre ter se posicionado como um símbolo de representatividade para corpos gordos, Thais Carla revelou que optou pela cirurgia após constatar que, mesmo com a perda de peso recente, sua saúde poderia estar em risco a longo prazo. A cirurgia foi realizada com sucesso, e a influenciadora já compartilhou vídeos mostrando o processo de recuperação.
Segundo o Dr. Elzo Mattar, a cirurgia bariátrica é uma das alternativas disponíveis no tratamento da obesidade, mas não é a única. “Hoje temos uma linha de tratamento bastante ampla. Existem medicamentos injetáveis — as chamadas ‘canetas’ — que ajudam no controle do apetite e na perda de peso. Também há mudanças no estilo de vida, acompanhamento psicológico e nutricional. A bariátrica costuma ser indicada quando o índice de massa corporal (IMC) é muito elevado, especialmente quando há doenças associadas. Mas cada caso deve ser avaliado com critério”, explica.
O médico também destaca que a decisão da influenciadora pode ajudar a desmistificar a ideia de que cuidar da saúde é, necessariamente, abandonar o discurso de amor próprio. “Ela está dando um passo importante, mostrando que é possível se amar e ainda assim reconhecer que precisa cuidar da saúde. Uma coisa não exclui a outra. Aceitação é fundamental, mas não pode nos impedir de buscar tratamento quando ele é necessário”, finaliza.