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jurados são questionados sobre Kanye West, Michael B. Jordan e mais no 1º dia de julgamento

O julgamento federal de Sean “Diddy” Combs por tráfico sexual teve início na segunda-feira (5) em Nova York, com a fase de seleção do júri atraindo atenção da imprensa em frente ao tribunal de Lower Manhattan. Cento e cinquenta possíveis jurados foram convocados para preencher um questionário que avaliava seu conhecimento sobre o réu, experiências prévias com abuso sexual, opiniões sobre a polícia e se já foram expostos ao caso na mídia.
Entre as perguntas, os jurados precisaram dizer quais nomes reconheciam em uma lista com pelo menos 190 figuras públicas. Alguns dos citados foram Michael B. Jordan, Kanye West, Kid Cudi, Mike Myers, Michelle Williams (do Destiny’s Child), Lauren London, Dallas Austin, Dawn Richard e vários membros da família de Combs. Não foi esclarecido como todos os nomes se relacionam com o caso, mas o histórico de festas e conexões com celebridades do empresário pode estar relacionado à investigação.
Segundo a Variety, Kid Cudi é mencionado diretamente por procuradores como suposta vítima de um atentado a carro-bomba orquestrado por Diddy em 2011. Na época, o rapper estaria envolvido com Cassie Ventura, ex-namorada de Diddy e principal testemunha do julgamento. Já Michael B. Jordan, que teria saído com Cassie em 2015, não será testemunha.
Jurados revelam experiências pessoais
Ao longo do dia, 32 candidatos ao júri foram entrevistados pelo juiz Arun Subramanian. Vários relataram já ter sofrido abuso sexual ou assédio, mas afirmaram que isso não impediria um julgamento imparcial. Muitos também disseram já ter visto o vídeo de segurança divulgado pela CNN, que mostra Combs agredindo Cassie em um hotel. A versão exibida na TV não será usada como evidência, mas a gravação original pode ser mencionada durante o julgamento.
Uma das juradas é produtora de fotografia na HBO, com histórico em séries como The White Lotus e The Last of Us. A defesa tentou excluí-la, alegando parcialidade por causa do documentário “The Fall of Diddy”, lançado na Max, mas o juiz negou. Já outra jurada, executiva de marketing da editora Simon & Schuster, foi dispensada por envolvimento em um livro de Al B. Sure!, que acusa Diddy de perseguição e ameaças.
Um momento inusitado aconteceu quando uma candidata foi questionada sobre um furto cometido aos 16 anos na loja do Harry Potter, na Universal Studios. Ela foi multada e proibida de retornar ao parque por um ano. Em outra pergunta, admitiu ter curtido um vídeo de comédia no Instagram que satirizava os frascos de óleo corporal apreendidos na casa de Combs.
Acusações e duração prevista do julgamento
Sean Combs responde por cinco acusações formais: uma por organização criminosa (RICO), duas por tráfico sexual e duas por transporte com finalidade de prostituição. Caso seja condenado, pode enfrentar prisão perpétua.
A promotoria afirma que mais de 50 testemunhas foram ouvidas e mais de 100 dispositivos eletrônicos foram apreendidos, incluindo celulares e laptops. Os crimes investigados ocorreriam entre 2004 e 2024. Desde 2023, o empresário também foi alvo de mais de 70 processos civis por condutas similares, que correm em paralelo ao processo criminal.
A escolha dos jurados seguirá até 12 de maio, com início dos argumentos iniciais previsto para a mesma data. O julgamento pode se estender por pelo menos oito semanas.