Música
Como Chris Cornell reagiria a Soundgarden no Rock and Roll Hall of Fame, segundo Kim Thayil

O Soundgarden é visto como uma banda essencial dos anos 90, mas, na verdade, eles se formaram em 1984 e começaram a lançar músicas três anos depois. Isso significa que são elegíveis para entrar no Rock and Roll Hall of Fame desde 2012.
Os fãs começaram a perder as esperanças após a banda aparecer em duas votações anteriores e não ser escolhida. Isso tornou ainda mais alegre o fato de o grupo de Seattle finalmente ter sido incluído neste ano, ao lado de White Stripes, OutKast, Chubby Checker, Bad Company, Joe Cocker, Salt-n-Pepa, Warren Zevon e Cyndi Lauper.
O guitarrista do Soundgarden, Kim Thayil, falou à Rolling Stone, de sua casa em Seattle:
“Não sei se eu tinha desistido disso. Simplesmente não era algo que estivesse no meu radar como um objetivo. Então não me permiti ficar tão decepcionado, porque qualquer coisa que viesse disso seria apenas empolgante e um bônus.”
A Rolling Stone conversou com Thayil sobre essa honra inesperada, suas expectativas para a cerimônia, a possibilidade de que os membros sobreviventes — Thayil, o baterista Matt Cameron e o baixista Ben Shepherd — se apresentem com convidados no lugar de Chris Cornell, que morreu em 2017, e sobre o status do tão aguardado álbum final da banda com o vocalista, que ficou por anos preso em litígios.
Rolling Stone: O que essa introdução significa para você?
Kim Thayil: Ainda estou tentando processar. Mas as pessoas que trabalharam ao nosso lado durante todos esses anos reagiram com sorrisos de orelha a orelha. E isso me deu um contexto para avaliar essa introdução de formas que eu só havia compreendido intelectualmente, com base no que as pessoas me diziam: “É por isso que isso é importante”.
Um amigo, um colega ou, mais especificamente, o Chris Cornell, ia a uma cerimônia e depois me contava como percebia o entusiasmo do público ou dos colegas. Ele dizia que isso mudava tudo — ver o quanto era importante para os fãs se sentirem validados. Alguém que eles admiravam, em quem acreditavam e que os tocou por tantos anos, agora sendo reconhecido. E, de certa forma, isso é uma afirmação do julgamento deles, do gosto deles e do fandom.
As palavras do Chris me marcaram. E então comecei a ouvir a mesma coisa de outros colegas e amigos. Passei a pensar: “Isso faz sentido, e é assim que posso encarar e valorizar isso.”
Isso é importante para as pessoas da nossa equipe, da gravadora, da equipe de gerenciamento. Você não fez isso só com três ou quatro caras. Fez isso com dezenas de pessoas que faziam parte do mesmo time, da mesma órbita, e que estavam comprometidas com o mesmo objetivo de fazer esse trabalho em conjunto avançar.

RS: É uma turma bem diversa este ano com vocês, Chubby Checker, Bad Company, Cyndi Lauper, Joe Cocker, OutKast, Salt-N-Pepa, The White Stripes.
KT: Sim. Acho que ficamos bem posicionados entre o Bad Company e o White Stripes. Dá pra traçar uma linha legal de um até o outro.
RS: Aposto que você nunca imaginou que seria homenageado ao lado do Chubby Checker.
KT: Não. Isso é bem doido. “The Twist” foi certamente parte da trilha sonora da minha infância. Pode colocar essa música ali junto dos Beatles. Ela estava em todo lugar.
RS: Você acha que vocês três vão se apresentar nessa noite?
KT: Acho que sim, se quiserem que a gente toque. Parece que esse convite está em aberto. Cabe ao Hall decidir como vai montar a programação, mas adoraríamos tocar lá. Ainda não discutimos isso tão a fundo, mas dá pra imaginar que entre as pessoas com quem Matt, Ben e eu tocamos nos últimos anos — voltando ao show tributo ao Chris Cornell em 2019 — tem alguns nomes que, de cabeça, seriam os primeiros a quem ligaríamos.
RS: Shaina Shepherd mandou muito bem com vocês alguns meses atrás.
KT: Sim, ótima — e é daqui da região. Acho que todos com quem tocamos são extremamente talentosos. Confiamos na capacidade deles, temos carinho pelo amor que demonstram pelo nosso trabalho — e nós pelo deles. O melhor que posso dizer é: olhe para quem colaborou conosco nos últimos cinco anos, e pense no que o Nirvana fez quando foi incluído no Hall — eles tiveram três ou quatro vocalistas diferentes se apresentando com eles. Acho que vai ser algo nesse estilo. Não tivemos a cha