Música
O disco que foi um ponto de virada para o Led Zeppelin, segundo Robert Plant

Que ao longo do tempo o Led Zeppelin se mostrou uma banda completa e dona de infindáveis recursos, ninguém duvida. Pelo menos hoje em dia. Mas será que sempre foi assim?
Para o vocalista Robert Plant, não necessariamente. Segundo ele, foi com o terceiro álbum que o grupo conseguiu consolidar essa visão, agora amplamente difundida.
Plant considera que Led Zeppelin III, lançado em 1970, teve papel fundamental numa espécie de ruptura, possibilitando ao Zeppelin trilhar novos caminhos para além do blues rock sacramentado nos dois trabalhos anteriores, ambos de 1969.
A própria dinâmica de composição teria exercido influência. Com Jimmy Page e ele isolados nas Montanhas Cambrianas, no País de Gales, o processo ficou mais restrito e refletiu o gosto dos dois naquele momento, bastante inspirados pelo folk rock, pelo cenário bucólico e por temas telúricos.
Em declaração à Rolling Stone EUA, o vocalista explicou esse contraponto entre Led Zeppelin I e II e o terceiro disco:
“As pessoas traziam coisas para a mesa, mas, até então, tudo era trabalhado em um ambiente de ensaio com quatro integrantes. Então, foi uma grande ruptura. Isso é só uma parte do III, mas pelo menos nos levou a um novo patamar. E foi muito bem-recebido pela mídia.”
Na verdade, nem tanto. Setores da imprensa, bem como uma parcela dos fãs, chiaram a respeito do novo direcionamento. Com o passar do tempo, III foi sendo digerido e hoje é considerado um clássico, mas a predominância de músicas acústicas foi criticada na época.

Chegou ao ponto de Jimmy Page se irritar com a recepção que o disco teve. O guitarrista ficou cerca de um ano e meio sem conceder entrevistas.
Olhando em retrospecto, o britânico refletiu a respeito no livro Luz e Sombra: conversas com Jimmy Page (2012) (via site Igor Miranda) e concordou com Plant no que se refere a III ser um ponto de virada. Ele comentou:
“Estávamos tão à frente que era difícil para as pessoas saberem o que diabos estávamos fazendo. Os críticos, especialmente, não entendiam. O Led Zeppelin estava crescendo. Muitos contemporâneos nossos narravam a perspectiva deles, enquanto nós estávamos sendo realmente expansivos. Eu estava amadurecendo como compositor e músico e havia muitos tipos de música que me estimulavam. Com essa incrível banda, eu tive a chance de ser realmente aventureiro.”
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