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Estudo revela por que barriga aumenta após os 45 anos

Você já se perguntou por que a barriga tende a aumentar com a idade, mesmo sem grandes mudanças nos hábitos alimentares? Um novo estudo publicado na prestigiada revista Science pode ter finalmente encontrado a resposta. De acordo com pesquisadores da City of Hope, uma das principais instituições de pesquisa e tratamento de câncer dos EUA, o envelhecimento estimula a produção de novas células de gordura, especialmente na região abdominal.
Envelhecimento e gordura abdominal: o que a ciência descobriu?
Embora já se soubesse que as células de gordura aumentam de tamanho com o passar dos anos, este novo estudo vai além: ele mostra que o corpo também passa a produzir mais células de gordura com o envelhecimento. E isso acontece devido a uma superativação das células progenitoras de adipócitos — um tipo de célula-tronco que dá origem à gordura.
Os experimentos, realizados inicialmente com camundongos e depois validados em células humanas, revelaram que essas células se tornam mais ativas com a idade, formando novas células de gordura mesmo em hospedeiros jovens. Ou seja, o problema não está apenas no acúmulo de gordura já existente, mas na formação contínua de novas reservas lipídicas conforme envelhecemos.
As novas vilãs da gordura abdominal
Outro achado surpreendente do estudo foi a descoberta de um novo tipo de célula: os pré-adipócitos comprometidos específicos para a idade. Essas células aparecem a partir da meia-idade e são especialmente eficazes na geração de gordura, contribuindo diretamente para o aumento da circunferência abdominal — tanto em homens quanto em mulheres.
Esses pré-adipócitos comprometidos dependem de uma via de sinalização específica chamada LIFR (receptor do fator inibitório da leucemia) para se multiplicar e transformar em células de gordura. Em camundongos mais velhos, essa via é essencial para manter o ciclo de expansão da gordura abdominal.
Efeitos semelhantes em humanos
Após os testes em animais, os cientistas analisaram amostras humanas e encontraram as mesmas células de pré-adipócitos em tecidos de pessoas de meia-idade, confirmando que o fenômeno também ocorre em humanos. Essas células mostraram uma alta capacidade de gerar novas células de gordura, especialmente no abdômen.
Segundo os autores, essa descoberta é um passo fundamental para entender por que ganhamos gordura abdominal com a idade — e, mais importante, como prevenir ou reverter esse processo. Controlar a atividade dessas células pode ser a chave para combater a obesidade relacionada ao envelhecimento, reduzir o risco de doenças metabólicas e até aumentar a expectativa de vida.