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Estudo liga obesidade infantil ao aumento do risco de esquizofrenia


Um novo estudo divulgado pela Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) identificou uma relação significativa entre a obesidade na infância e um risco aumentado de desenvolver esquizofrenia na vida adulta.
A descoberta reforça a importância de políticas de prevenção à obesidade desde os primeiros anos de vida, com foco não apenas na saúde física, mas também no bem-estar mental a longo prazo.
A pesquisa analisou dados genéticos de milhares de indivíduos com diagnóstico de esquizofrenia e os comparou com informações sobre o índice de massa corporal (IMC) na infância. Os resultados indicam que o IMC elevado durante essa fase da vida está associado diretamente ao aumento do risco da doença, independentemente do peso na fase adulta ou de fatores como estilo de vida.
“Nossos achados oferecem evidências sólidas de que o IMC elevado na infância exerce um impacto direto e duradouro sobre o risco de esquizofrenia ao longo da vida”, afirmam os autores.
O que o estudo investigou
A análise utilizou duas grandes bases de dados genéticos, que permitiram aos pesquisadores identificar correlações entre características físicas e predisposições psiquiátricas. Embora a obesidade infantil tenha se mostrado relacionada ao aumento de risco para esquizofrenia, não foi encontrada associação significativa com outros transtornos como depressão, TOC, Alzheimer ou ansiedade.

Além disso, a obesidade adquirida na fase adulta não demonstrou a mesma correlação, sugerindo que o período da infância representa uma janela crítica no desenvolvimento cerebral.
Possíveis explicações
Especialistas que participaram do estudo levantam a hipótese de que o excesso de gordura corporal durante a infância possa afetar negativamente o desenvolvimento do cérebro, interferindo na formação de estruturas neurais e em processos inflamatórios ligados à saúde mental. Embora a relação exata ainda esteja em investigação, a associação estatística foi considerada robusta.
Limitações do estudo
Os pesquisadores destacam que os participantes analisados eram todos de origem europeia, o que limita a aplicabilidade dos resultados a outras populações. Novos estudos serão necessários para confirmar essas relações em grupos com diferentes contextos genéticos e socioeconômicos.
Implicações para a saúde pública
A esquizofrenia é um transtorno mental grave que afeta cerca de 23 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A condição, que geralmente se manifesta no final da adolescência ou início da vida adulta, pode causar alucinações, delírios, alterações de comportamento e prejuízos significativos à vida social e funcional dos indivíduos.
Diante da nova evidência, especialistas reforçam a necessidade de medidas preventivas focadas na infância. Alimentação saudável, atividade física regular, redução do consumo de alimentos ultraprocessados e o combate à insegurança alimentar e ao sedentarismo infantil devem ser prioridades para famílias, escolas e autoridades.
“Tratar a obesidade infantil é, também, uma forma de proteger a saúde mental das próximas gerações”, conclui o estudo.
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