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Médico alerta sobre trombofilia após diagnóstico de Maíra Cardi: “Exige atenção”

Em entrevista à CARAS Brasil, o Dr. Alexandre Pupo ressaltou os riscos da trombofilia e detalhou os cuidados essenciais após relato de Maíra Cardi
Meses após sofrer um aborto espontâneo, a influenciadora Maíra Cardi revelou no último sábado, 26, que está grávida novamente. A coach também compartilhou que foi diagnosticada com trombofilia — condição delicada que altera a coagulação do sangue e pode colocar em risco a vida da mãe e do bebê.
Em entrevista à CARAS Brasil, o ginecologista e obstetra Dr. Alexandre Pupo, médico associado à FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), detalhou os perigos dessa alteração e os cuidados essenciais durante a gestação.
“Trombofilia é uma situação que pode ocorrer por várias causas, mas que tem como resultado final o aumento na capacidade de coagulação do sangue, e isso pode propiciar diversas situações, tanto do ponto de vista da gestação quanto do ponto de vista pessoal. Ou seja, quando você tem uma facilidade maior para formação de trombos, você pode ter, com mais facilidade, por exemplo, uma trombose de vasos sanguíneos — normalmente, trombose venosa — e pode ter também um risco maior para problemas relacionados a isso, como, eventualmente, a disseminação desse trombo em direção ao pulmão, ocasionando o tromboembolismo pulmonar, que é uma situação bastante grave.”, esclareceu o especialista.
“As trombofilias podem ser de origem hereditária ou, eventualmente, adquiridas ao longo da vida. Existem algumas trombofilias que são determinadas geneticamente e passam de pais para filhos. Alguns exemplos são mutações no gene da protrombina e mutação no fator V de Leiden, que são identificados através de exame de sangue nesse cenário. Essas mutações vêm de pai ou de mãe e podem ser transmitidas para os filhos”, prosseguiu.
“As trombofilias não genéticas, não hereditárias, mas sim adquiridas, normalmente estão relacionadas à síndrome antifosfolípide, uma doença autoimune onde há alterações imunológicas que favorecem um aumento na capacidade de coagulação do sangue. Ela também se mostra através de exame de sangue, onde se identifica a presença de alguns anticorpos específicos, e, com isso, se chega ao diagnóstico.”
Nestes casos de síndrome antifosfolípide, o médico explicou que a formação de coágulos indesejados pode prejudicar a circulação para a placenta, resultando em abortos, restrição de crescimento fetal, pré-eclâmpsia e até parto prematuro. “Se você tiver um tromboembolismo pulmonar decorrente de uma trombose venosa profunda, aí de fato você tem um risco de óbito.”, alertou o Doutor.
Na sequência, Alexandre ressaltou os riscos do diagnóstico. “Na gestação, naturalmente o sistema de coagulação está um pouco mais ativo. Então, as pacientes que já têm uma trombofilia, um risco de trombose aumentado fora da gestação, veem esse risco aumentar ainda mais durante a gestação, o que exige uma atenção bastante grande de quem estiver cuidando dessa gestante.“
Como identificar e cuidar da trombofilia na gravidez?
Ainda durante a conversa, o Dr. Alexandre Pupo destacou que o tratamento costuma envolver o uso de anticoagulantes desde o início da gestação. “O anticoagulante que tem melhor eficácia é o que é administrado de forma subcutânea, uma injeção diária. A depender do tipo de trombofilia, pode ser um anticoagulante preventivo — ou seja, numa dose que apenas modula um pouco o sistema de coagulação — ou em dose plena, onde você busca a anticoagulação absoluta do sangue. É dessa forma que é feito. Fora da gestação, existem medicações via oral que podem ser utilizadas em vez da injeção”, revelou.
Pupo também explicou que muitas vezes a trombofilia não apresenta sintomas evidentes. “Como nós não sabemos exatamente o que faz com que a trombofilia adquirida aconteça, nós também não temos muito como lidar com a prevenção dela, a não ser através da identificação do problema e do seu controle com o uso de anticoagulantes”, afirmou o médico.
Ainda de acordo com o Dr. Alexandre, é importante manter a paciente em vigilância constante para evitar complicações em situações de maior risco, como viagens longas e procedimentos cirúrgicos. “É por isso que pacientes com trombofilias são acompanhadas bastante de perto pelo hematologista, em especial, e devem tomar uma série de cuidados, por exemplo, em situações em que vão ficar por longos períodos sentadas ou deitadas, seja em procedimentos cirúrgicos, seja em voos de avião muito longos ou em viagens de carro muito longas.”, finalizou.
Confira o anúncio da gestação de Maíra Cardi:
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