Celebridade
Majur revela previsão da mãe sobre o seu momento atual: ‘Muitas coisas aconteceram’

Em entrevista à Revista CARAS, a cantora Majur, que acumula feitos históricos, abre o coração e fala de fase marcante em sua vida que foi prevista pela mãe
Aos 29 anos, Majur tem ganhado cada vez mais espaço na indústria musical. Primeira mulher trans a cantar no Palco Mundo do Rock in Rio, em 2024, ela é símbolo de representatividade. Realizada, a cantora baiana celebra os seus seis anos de carreira em entrevista à Revista CARAS, e relembra uma fase marcante e importante de sua vida, que foi prevista por sua mãe.
“Ela falou que quando eu chegasse perto dos 28 para os 29 aconteceriam rupturas, que eu iria destruir algumas coisas, construir outras e entender outras. De fato, muitas coisas aconteceram. Perto dos 28 me separei; quando entrei nos 28, eu olhei para tudo que estava acontecendo e percebi que tinha alguma coisa me chamando para frente e aí eu tinha duas decisões: ou olhava para trás e permeava tudo que vivi ou eu continuava. Eu só segui”, conta a famosa, filha de uma mãe solo que catava materiais recicláveis.
Ela conta que fez muitos shows importantes e se sentiu extremamente feliz de estar vivendo aquilo. “Aí vem a minha morada no Rio de Janeiro, já modificando toda a minha vida, uma casa nova, comprando móveis novos, tendo acesso a novos lugares. Para completar, chega minha manager e fala que estava construindo a turnê internacional, que seriam vários lugares e que o festival Mighty Hoopla, em Londres, me chamou. Eu surtei na hora! É muito doido! Foi um ano de virada”, comemora.
“Agora, as coisas estão no seu devido lugar, eu estou no meu devido lugar — que é em mim mesma, viajando o Brasil, viajando para o mundo —, fui até para a Itália fazer parte de um passeio a convite de uma marca. Retornei e me apresentei na Sapucaí; foi a primeira vez que uma pessoa trans cantou na Sapucaí, isso foi um feito histórico incrível! Lá no Sambódromo, a primeira rainha foi uma mulher trans — Eloina dos Leopardos —, então, para mim, ser a primeira dentro da Sapucaí cantando é colocar mais um pouco nessa história, é contar a nossa existência, dizer para as pessoas que a gente existe e merece todas as coisas como todo mundo. A gente merece viver, merece amar, merece lazer, merece estar em qualquer lugar”, completa.
Maju coleciona muitas conquistas em poucos anos de carreira. Questionada se já caiu a ficha, a artista reflete: “Para mim é um show de representatividade para as pessoas negras, trans. Cada vez que vou a esses lugares e eu sou a primeira, penso que estou sendo a primeira para que haja a segunda, a terceira, a quarta… E realmente vem acontecendo. Sou muito magnética e acordo todos os dias dizendo: ‘O que eu quero, eu consigo’, de uma forma muito poderosa. Não desacredito do que estou falando de maneira nenhuma. Se eu preciso, vou ter que ter. Digo para as pessoas exercitarem isso, porque traz coisas boas. Não desacreditem de vocês. E é muito difícil não desacreditar, porque o mundo todo diz o contrário”.
Mulher trans, negra, nordestina e nascida na periferia de Salvador, Majur ficou bastante conhecida ao lançar os álbuns Ojunifé, de 2021, e Arrisca, de 2023, além de alguns singles de sucessos como Clima, em parceria com Xamã (35), e uma regravação de Flutua, com Johnny Hooker (37) e Pablo Vittar (31).
A baiana ganhou os holofotes em 2018, principalmente pela participação na banda de Liniker (29) e os Caramelows, seguido da parceria musical em Amarelo, com Emicida (39) e Pablo Vittar, em 2019 — indicada ao Grammy Latino em 2020 como Melhor Canção em Língua Portuguesa.
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