Música
O motivo da famosa treta entre Slayer e Sepultura, segundo Kerry King

Duas das bandas mais pesadas da história e ícones do thrash metal, Slayer e Sepultura trilharam caminhos parecidos em alguns momentos. Tão parecidos que, em meados da década de 1990, a escolha pelo mesmo produtor chegou a gerar atrito entre elas.
De acordo com Kerry King, guitarrista do Slayer, esse foi o motivo da famosa treta entre as bandas. Em entrevista à Rolling Stone Brasil, ele disse que Andy Wallace, mesmo que indiretamente, acabou sendo o pivô da rixa.
Wallace já vinha trabalhando como engenheiro de som do Slayer desde Reign in Blood (1986) e assim o fez até Seasons in the Abyss (1990). Com o Sepultura, ele juntou forças no ano seguinte para mixar Arise (1991), foi o produtor de Chaos A.D. (1993) e permaneceu na mixagem até Roots (1996).
Kerry King indica que ele e seus companheiros de banda não gostaram muito da situação, tendo em vista que o Sepultura despontava como uma das grandes forças do metal na década — inclusive sendo constantemente comparado ao Slayer. Porém, minimiza o nível de tensão da treta:
“Na minha opinião, era muita testosterona. Tínhamos nosso produtor Andy Wallace, que fez três discos para nós, e eles começaram a usar Andy Wallace, todo mundo os chamava de ‘baby Slayer’ de qualquer maneira. Pegaram nosso produtor e foi apenas uma dessas coisas, nem mesmo um mal-entendido, apenas a imprensa falando algo e indo em frente com isso. Eu nunca tive nada contra esses caras. Eu os amava.”
O lado do Sepultura sobre treta com Slayer
Max Cavalera, à época guitarrista e vocalista do Sepultura, também já comentou sobre o assunto. Em conversa com o Blabbermouth (via site Igor Miranda), o brasileiro seguiu uma linha semelhante à de Kerry King e considerou o atrito como algo que ficou restrito à imprensa.
Com o Soulfly, Max trabalhou com Tom Araya sendo um de seus convidados no álbum Primitive (2000) e teve a chance de aparar as arestas com o baixista/vocalista do Slayer.
“Uma das coisas que mais me incomodava era essa rixa que nós não criamos, mas sim a mídia. Eles entraram nessa. Era como duas tribos indo para a guerra. Tinha tanta coisa estranha sendo dita. Tive a oportunidade de trabalhar com Tom e foi ótimo. Aquela semana inteira eu toquei Slayer no meu carro, ouvi vários de seus álbuns antigos, que eu amo. Como Hell Awaits (1985), Reign in Blood e Haunting the Chapel (1984), que é provavelmente meu EP favorito.”

Kerry King no Brasil
Kerry King desembarca em solo brasileiro nesta semana para se apresentar no Bangers Open Air, marcado para os dias 2, 3 e 4 de maio no Memorial da América Latina, em São Paulo.
A banda Kerry King toca no domingo, 4, e é uma das principais atrações do dia, ao lado de Blind Guardian, W.A.S.P. e Avantasia.
Será a primeira apresentação do grupo no Brasil. Completam a formação o vocalista Mark Osegueda (Death Angel), o guitarrista Phil Demmel (ex-Machine Head e Vio-lence), o baixista Kyle Sanders e o baterista Paul Bostaph (Slayer).
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