Connect with us

Música

Meg White aparecerá no Rock and Roll Hall of Fame?

Published

on

Meg White aparecerá no Rock and Roll Hall of Fame?


A cerimônia anual de introdução ao Rock and Roll Hall of Fame é um lugar onde milagres acontecem com frequência. Ao longo das décadas, gigantes adormecidos do rock como Led Zeppelin, The Police, Cream, The Byrds, The Velvet Underground, Simon and Garfunkel e Talking Heads despertaram brevemente para tocar algumas músicas antes de voltarem ao seu descanso. E mesmo que Kiss e Journey com Steve Perry não tenham acabado tocando, eles ainda deixaram de lado suas vastas diferenças por tempo suficiente para ficarem juntos uma última vez enquanto recebiam a homenagem.

Mas o poder do Hall da Fama enfrenta um teste único este ano com a entrada do The White Stripes, já que uma reunião em novembro — mesmo que sem tocar uma única nota juntos — exigiria que a baterista Meg White aparecesse em público pela primeira vez em muitos anos. Os fãs vão passar os próximos sete meses especulando sobre o que vai acontecer naquela noite, mesmo que surja alguma informação, vinda de Jack White ou de outro porta-voz, de que isso provavelmente não acontecerá. Ninguém estará 100% convencido até a noite chegar — e ela não aparecer.

Meg White, do The White Stripes, em 2007
Meg White, do The White Stripes, em 2007 – Foto: Jason Merritt / FilmMagic for Superfly Presents

Voltando um pouco, Meg White já era uma estrela relutante mesmo nos primeiros dias dos White Stripes. Veja, por exemplo, esta entrevista antiga para a MTV, de cerca de 2001, na época do álbum White Blood Cells, em que Jack fala 99,5% do tempo enquanto Meg apenas fica sentada, sorrindo e visivelmente desconfortável.

“Sou apenas uma pessoa muito tímida”, disse Meg à Rolling Stone, em 2005, em entrevista a David Fricke. Fricke observou que ela defendia a “qualidade primitiva de sua bateria com uma doçura firme”. “Essa é a minha força. Muitos bateristas se sentiriam estranhos sendo tão simples assim”, afirmou ela.

Na mesma matéria, Jack elogiou Meg generosamente. Ele disse:

“A Meg é a melhor parte desta banda. Nunca teria funcionado com mais ninguém, porque teria sido complicado demais. Quando ela começou a tocar bateria comigo, meio que por brincadeira, foi algo libertador e revigorante. Havia algo ali que me abriu. Foi minha porta de entrada para tocar blues, sem ninguém ao meu redor dizendo: ‘Ah, blues de garoto branco, banda de bar de garoto branco.’ Eu pude realmente me entregar àquilo.”

E mesmo que Jack estivesse envolvido em projetos paralelos na época, Meg disse que não se preocupava com o futuro da banda. 

“Jack sempre fez cinco coisas ao mesmo tempo. Ele já estava em duas outras bandas quando começamos esta aqui. Isso não é algo incomum.”

De fato, The White Stripes se reuniu para o álbum Icky Thump em 2007, depois que Jack White passou boa parte de 2006 focado no Raconteurs, mas acabou sendo o último álbum da banda. Em uma nota aos fãs em setembro de 2007, eles compartilharam uma atualização infelizmente negativa sobre a turnê que estava em andamento: 

“O White Stripes anunciou hoje que está cancelando sua próxima turnê devido a problemas de saúde. Meg White está sofrendo de ansiedade aguda e, no momento, não pode viajar.”

Seu último show completo aconteceu em 31 de julho de 2007, no Snowden Grove Amphitheater, em Southaven, Mississippi. Eles só voltariam a se apresentar juntos como White Stripes em 20 de fevereiro de 2009, quando tocaram “We’re Going to be Friends” no episódio final do Late Night With Conan O’Brien.

Dois anos depois, The White Stripes anunciou o fim da banda. Uma postagem feita no site de Jack White dizia:

“A razão não é por diferenças artísticas ou falta de vontade de continuar. Nem por questões de saúde, já que tanto Meg quanto Jack estão bem e com boa saúde. É por uma infinidade de motivos, mas principalmente para preservar o que é belo e especial na banda, e mantê-lo assim.”

A postagem continuava: 

“Tanto Meg quanto Jack esperam que essa decisão não seja recebida com tristeza pelos fãs, mas que seja vista como um gesto positivo, feito em respeito à música que a banda criou. Também foi feito com o máximo respeito aos fãs que compartilharam dessas criações, considerando profundamente seus sentimentos.”

Nos anos que se seguiram, Jack manteve vivo o legado do The White Stripes tocando muitas músicas da banda em seus shows solo — uma prática que continua até hoje. Já Meg simplesmente sumiu. Seu casamento com o guitarrista Jackson Smith, filho de Patti Smith, terminou discretamente em 2013. No ano seguinte, Jack admitiu a Jonah Weiner, da Rolling Stone, que quase não tinha mais contato com ela.

“Eu acho que ninguém fala com a Meg. Ela sempre foi uma pessoa reclusa. Quando morávamos em Detroit, eu tinha que ir até a casa dela se quisesse conversar, então agora é quase nunca… Lembro de ouvir o Ringo Starr dizer: ‘Sempre senti pena do Elvis, porque nos Beatles nós tínhamos uns aos outros para conversar sobre o que estávamos sentindo. O Elvis estava sozinho’. E eu pensei: ‘Droga, tente estar numa dupla em que a outra pessoa não fala!’”

E mesmo que alguns jornalistas persistentes tenham tentado encontrá-la para uma entrevista ao longo dos anos, nenhum conseguiu. Melissa Giannini, da Elle, fez uma tentativa séria em 2023 e conseguiu conversar com uma amiga de Meg. “Ela passou 15 anos viajando, fazendo turnês e tocando”, disse a amiga, que preferiu não se identificar. “Não é tão estranho pensar que ela simplesmente gosta de ficar em casa.”

Pagamentos milionários por turnês de reunião já conseguiram tirar até as pessoas mais reclusas de suas casas. Paul Westerberg, por exemplo, chegou a se reunir com The Replacements alguns anos atrás — embora, nas últimas apresentações, ele tenha usado uma sequência de camisetas que, juntas, formavam a frase: “Eu sempre amei vocês. Agora preciso prostituir meu passado.” Em outras palavras, ele estava apenas cumprindo o papel, motivado pelo dinheiro.

Tudo é possível, mas é difícil imaginar Meg fazendo esse tipo de compromisso moral no futuro. E, embora um momento emocional no palco do Rock and Roll Hall of Fame daria a um futuro filme sobre The White Stripes um final perfeito e feliz, geralmente a vida não funciona assim. A aposta mais segura é que ela não vá. (Esperamos ter uma conversa similar sobre D’arcy Wretzky quando o Smashing Pumpkins for introduzido.)

Vamos torcer para que Meg ao menos assista à transmissão ao vivo no Disney+ e sorria quando The White Stripes for introduzido. Grandes momentos nem sempre precisam acontecer em público. E Meg White não nos deve nada.

+++ LEIA MAIS: Os melhores álbuns de rock do século 21 (até agora) para a Rolling Stone EUA
+++ LEIA MAIS: The White Stripes: assista a show raro realizado pela dupla em 2000
+++ LEIA MAIS: Ouça o primeiro show da carreira do White Stripes, lançado em comemoração aos 20 anos da banda

Continue Reading
Advertisement
Clique para comentar

Deixar uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Revista Plateia © 2024 Todos os direitos reservados. Expediente: Nardel Azuoz - Jornalista e Editor Chefe . E-mail: redacao@redebcn.com.br - Tel. 11 2825-4686 WHATSAPP Política de Privacidade