Música
Como é assistir a um show do AC/DC em 2025? Jornalista revela

Fãs que eventualmente esbarram com fotos ou vídeos não tão bem gravados de shows recentes do AC/DC podem se deixar enganar pela aparência. Os cabelos grisalhos do guitarrista Angus Young, os movimentos um pouco mais econômicos do vocalista Brian Johnson e a presença de dois membros substitutos — o baixista Chris Chaney e o baterista Matt Laug nas vagas do aposentado Cliff Williams e do ex-encrencado judicialmente Phil Rudd — indicam que, talvez, a banda deveria ser encerrada.
Na visão do site Loudwire, não parece ser o caso. O jornalista Bryan Rolli assistiu a uma apresentação da banda durante a última segunda-feira, 14, no AT&T Stadium, em Arlington, Texas, durante a segunda noite da atual turnê norte-americana. E gostou do que viu.
O texto destaca que o lendário grupo formado na Austrália tocou um set de 21 músicas e “entregou uma performance implacavelmente energética de duas horas que deixou 80 mil fãs em choque e perplexos”. Segundo o artigo:
“Foi um triunfo ensurdecedor e absoluto que se tornou ainda mais notável quando se considera o quão improvável é que o AC/DC ainda esteja aqui em 2025. […] A banda não só continua a entregar seu incomparável espetáculo megawatt de rock de estádio, como também está melhorando a cada parada da turnê, esfregando isso alegremente na cara dos céticos.”

A resenha oferece holofotes, claro, aos dois integrantes mais populares da formação atual do AC/DC: Angus Young e Brian Johnson. O primeiro, de acordo com a análise, “marchou e se sacudiu na passarela com a mesma energia explosiva de sua juventude”. O segundo, que esteve afastado de uma turnê na década passada em função de problemas auditivos, “parece extrair a força vital de cada fã”. O jornalista reflete:
“O vocalista tirou a ferrugem das cordas vocais durante a turnê europeia da banda em 2024 e sua voz soou demoniacamente robusta na segunda-feira. […] Alguns arranhões e falhas são inevitáveis aos 77 anos, mas Johnson desenvolveu soluções alternativas para os momentos vocais mais difíceis — e quando precisava de apoio, tinha 80 mil fãs gritando, mais do que felizes em atender.”

O artigo completo pode ser lido no site Loudwire. O texto está em inglês.
O AC/DC deu início à etapa americana da turnê PWR/UP na quinta-feira, 10, à noite, no Estádio U.S. Bank, em Minneapolis, Minnesota. Eles tocaram exatamente o mesmo set de 21 músicas que apresentaram nos estádios de futebol europeus no ano passado, com grandes clássicos como “Back in Black”, “Thunderstruck” e “You Shook Me All Night Long”. Eles também incluíram duas músicas do álbum Power Up, de 2020, além da faixa-título de Stiff Upper Lip, de 2000, e “Rock ‘n’ Roll Train”, do Black Ice, de 2008.
O show abre com uma interpretação explosiva de “If You Want Blood (You’ve Got It)”, do álbum Highway To Hell, de 1979. A música saiu do repertório ao vivo da banda após a morte do vocalista original, Bon Scott, em 1980, e o vocalista substituto, Brian Johnson, só a cantou em um show de 2003 no Roseland Ballroom, em Nova York, pouco antes da banda ser introduzida ao Rock and Roll Hall of Fame, no Waldorf Astoria, ali perto. Você pode ver a filmagem da apresentação em Minneapolis aqui, de um fã sentado bem perto do palco.
Confira o setlist do primeiro show do AC/DC nos Estados Unidos desde 2016 (via setlist.fm):
- If You Want Blood (You’ve Got It)
- Back in Black
- Demon Fire
- Shot Down in Flames
- Thunderstruck
- Have a Drink on Me
- Hells Bells
- Shot in the Dark
- Stiff Upper Lip
- Highway to Hell
- Shoot to Thrill
- Sin City
- Rock ‘n’ Roll Train
- Dirty Deeds Done Dirt Cheap
- High Voltage
- Riff Raff
- You Shook Me All Night Long
- Whole Lotta Rosie
- Let There Be Rock
Bis:
- T.N.T.
- For Those About to Rock (We Salute You)
A última turnê do AC/DC pelos Estados Unidos foi em 2016, quando Brian Johnson teve que se afastar devido a problemas de audição e Axl Rose assumiu seu lugar. Naquela época, o baterista da era “Thunderstruck”, Chris Slade, estava na banda, e o baixista da era “Highway To Hell”, Cliff Williams, ainda não havia se aposentado. Desde então, eles foram substituídos por Matt Laug, baterista do Mike Campbell and the Dirty Knobs, e Chris Chaney, ex-baixista do Jane’s Addiction. (Ele escolheu o momento certo para trocar de banda, mesmo que não tenha sido sua escolha.)
Isso significa que se você viu o AC/DC em 2016 e os vê novamente nesta turnê, todos no palco serão pessoas diferentes, exceto os guitarristas Angus Young e Stevie Young. Mas Angus tem sido o coração da banda desde o primeiro dia, e com Brian Johnson de volta, esta é uma encarnação mais legítima do grupo, com todo o respeito a Axl Rose. Ele deu o seu melhor em circunstâncias muito difíceis. E tudo está de volta ao seu devido lugar com Axl pegando a estrada este ano com o Guns N’ Roses na turnê de reunião mais longa do mundo. (No ano que vem, eles podem lançar uma turnê de 10 anos da turnê de reunião.)

A turnê do AC/DC recomeça em 14 de abril no AT&T Stadium em Arlington, Texas. A etapa americana termina em 28 de maio no Huntington Bank Field em Cleveland, Ohio. Mas um mês depois, eles retornam à Europa para mais uma série de shows em estádios. Não há informações sobre shows futuros nos Estados Unidos, mas esta turnê está passando por apenas 13 cidades deste lado do Atlântico.
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