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Johnnas Oliva avalia característica comum em seus personagens: ‘Fora do óbvio’

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Johnnas Oliva avalia característica comum em seus personagens: ‘Fora do óbvio’

Em entrevista à CARAS Brasil, Johnnas Oliva analisa trajetória artística e destaca característica comum em personagens de sua carreira

Johnnas Oliva (43) é dono de uma carreira repleta de interpretações variadas. Além de sequestrador de Silvio Santos(Rodrigo Faro) no longa Silvio, o ator já esteve em novelas da TV aberta, participou de diversas produções no streaming, como o sucesso Bom Dia, Verônica, da Netflix, e mais recentemente se dividiu entre Pedro, advogado de Sintonia e a figura histórica de Menotti Del Picchia, em Aqueles Dias, produção da TV Cultura. Em entrevista à CARAS Brasil, Johnnas reflete sobre a carreira e avalia característica comum em seus personagens: “Fora do óbvio”, revela.

Universos em contraste

Johnnas Oliva é um daqueles atores que passeiam com naturalidade por realidades opostas. Em seus últimos trabalhos, ele brilhou tanto como o advogado Pedro, na quarta temporada de Sintonia, quanto no papel do escritor modernista Menotti Del Picchia, em Aqueles Dias, série da TV Cultura.

Para o ator, a transição entre esses dois mundos foi intensa e instigante: “Foi muito interessante. Fiz uma pesquisa com amigos advogados, mergulhei nesse universo do direito, da classe média alta, com trejeitos e corpo diferentes do que costumo fazer”.

Já para viver Menotti, personagem histórico ligado à Semana de Arte Moderna de 1922, Johnnas apostou na construção minuciosa: “Foi um desafio muito grande para deixá-lo verdadeiro, crível para o público. Tentei imaginar como ele falava aos 20 e poucos anos, como era sua voz jovem.” A entrega ao personagem foi tão profunda que rendeu elogios especiais, incluindo o de Maria Adelaide Amaral. “É gratificante demais quando a resposta vem também das pessoas que conhecem profundamente esse universo”.

Entre um homem de terno e um intelectual da vanguarda modernista, Johnnas destaca o prazer de estar em projetos com propostas distintas e a possibilidade de exercitar sua versatilidade como ator. “Adoro fazer trabalhos de época, e esse foi meu primeiro grande trabalho assim. Ainda sonho em fazer uma novela de época na Globo”, confessa. Como bom amante das artes visuais — também pinta quadros a óleo —, ele se sentiu ainda mais conectado com o mundo retratado na série: “Foi delicioso estudar sobre os grandes artistas. Isso faz a gente valorizar ainda mais a nossa cultura”.

Construções fora do óbvio

Apesar das diferenças entre Pedro e Menotti, Johnnas percebe um traço comum em seus papéis: a construção de personagens que não seguem os caminhos mais previsíveis. Em Sintonia, o ator apostou em um tom mais contido, elegante, quase deslocado do universo mais bruto da série: “Eu quis fugir da brutalidade, mesmo quando o Pedro se irritava. Levei para um lugar de sutileza, um olhar mais sutil. Isso trouxe um charme ao personagem”, analisa.

A liberdade criativa foi possível graças à relação de longa data com a diretora de elenco Ale Tosi. “Ela é uma diretora que vê possibilidades em mim, não me rotula como um tipo específico. Ela sempre me chama para personagens que exigem esse tipo de construção fora do óbvio”, reconhece. Juntos, os dois já colaboraram em produções como Desprogramado, O Rei da TV e agora em Sintonia, sempre explorando nuances menos óbvias nas atuações.

No caso de Pedro, Johnnas revela que a abordagem veio antes mesmo de pensar na profissão do personagem. “Percebi que não tinha ninguém com aquelas características de corpo, fala e olhar na série. Quis criar alguém que contrastasse com o restante da trama, que trouxesse delicadeza sem perder a força”. O resultado foi uma interpretação elogiada por público e crítica — e que reforçou seu compromisso em sempre entregar algo diferente.

Tradição e atualidade de mãos dadas

Em Aqueles Dias, Johnnas não apenas reviveu uma figura importante da cultura brasileira, como também se viu dentro de uma obra que conecta o passado ao presente. A série mistura os dilemas vividos pelos jovens artistas da Semana de Arte Moderna com debates atuais sobre diversidade, gênero e inclusão. “Misturamos 1920 com a modernidade. Falamos de respeito, de abrir espaço para todos com dignidade. É fundamental”, afirma.

Segundo o ator, o projeto mostrou que muitas das lutas iniciadas há mais de um século ainda seguem ativas hoje. “A série tocou nesses temas de forma muito delicada e inteligente. Apesar do tempo, muitas questões continuam as mesmas”. A mescla entre épocas tornou Aqueles Dias uma obra viva, com camadas acessíveis para diferentes gerações — e também acessível no sentido literal: está disponível gratuitamente no YouTube.

“Isso é importantíssimo”, defende Johnnas. “Enquanto a legislação sobre remuneração e imagem no streaming não avança, democratizar o acesso à cultura é essencial. É lindo saber que qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode assistir e aprender sobre nossa história”.

Parcerias duradouras

Além da performance em cena, Johnnas também valoriza o que constrói longe dos holofotes: as relações. Para ele, o bom ambiente de bastidor reflete na tela. “Cada trabalho que faço sempre me rende algum amigo. A gente forma grupos no WhatsApp, se convida para peças, troca ideias”, compartilha. Essa rede de afeto tem sido constante em sua trajetória — algo que ele considera essencial para manter o brilho nos olhos.

Com mais de duas décadas de carreira, Johnnas reconhece que os últimos anos têm sido especialmente frutíferos. “Nos últimos 10 anos, tive a sorte de trabalhar com pessoas incríveis, que querem fazer o melhor com amor e dedicação. E o público percebe isso. Esse ambiente leve, onde todos querem colaborar, é o que me move. Seja em uma produção de época ou em uma série urbana, o essencial é esse desejo coletivo de contar histórias com verdade”, diz.

Novos caminhos

Com a agenda cheia, Johnnas já se prepara para os próximos projetos. Entre eles está a aguardada série sobre Raul Seixas, da Globoplay, na qual interpretará o produtor musical Roberto Menescal. “Mais um personagem que existiu e ainda está entre nós. Ele foi produtor do Raul. É mais uma grande responsabilidade, mas estou animado demais”, conta.

Além disso, o ator também estrela o longa Furnas Fundas, uma fábula gótica brasileira dirigida por Roberto Marques, que já está sendo enviada para festivais. “É um personagem bem diferente de tudo que já fiz. Uma atmosfera única, e eu amo desafios assim”, afirma. A lista ainda inclui cinco curtas-metragens rodados entre 2024 e 2025, todos em pós-produção e prontos para ganhar o circuito de festivais.

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