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‘Não consigo imaginar alguém melhor que Isis’, diz autora de Maria e o Cangaço

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‘Não consigo imaginar alguém melhor que Isis’, diz autora de Maria e o Cangaço



Inspirada no livro Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço, da jornalista Adriana Negreiros, a série Maria e o Cangaço estreia nesta sexta-feira (4) no catálogo do Disney+. A produção, protagonizada por Isis Valverde, gira em torno da vida de Maria Gomes de Oliveira ou Maria de Déa, que só ficaria conhecida como a “rainha do cangaço” após sua morte, durante o Massacre de Angico, em 1938.

Nomenclaturas à parte, a obra se afasta do olhar romantizado de Maria Bonita e desmistifica a imagem construída ao seu redor. Sob uma nova perspectiva – a feminina -, tanto o livro quanto a série buscam, a partir da visão de uma das personagens mais simbólicas do cangaço, contar a realidade brutal vivida por ela.

Além da atriz mineira, Julio Andrade, natural de Porto Alegre–RS, também integra o elenco com um papel de destaque: ele é intérprete de Lampião. Diante das críticas sobre a escolha dos atores para retratar uma das histórias mais importantes do sertão nordestino, a autora diz que não acredita que a seleção comprometa a narrativa contada na série. “Uma das questões fundamentais da arte é a alteridade. É conseguir se colocar no lugar do outro e atuar a partir de um ponto que não lhe é íntimo”, diz em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil.

Ela, no entanto, não ignora o desejo do público pela representatividade de atores nordestinos, mas entende que a produção de uma obra audiovisual vai além de seus protagonistas. Além do roteiro, figurino e resto do elenco, onde o sangue arretado continua presente em nomes como Clebia Sousa, Dan Ferreira, Geyson Luiz e Mohana Uchôa, Adriana ainda destaca que a direção-geral é assinada pelo baiano Sérgio Machado.

“Mas as pessoas se apegaram a Isis [Valverde] e ao Julio [Andrade], para dizer que a série colocou gente não nordestina nela, o que não é verdade. É uma série baseada em um livro escrito por uma cearense, nascida em São Paulo, mas é uma cearense”, esclarece.

A autora destaca que outro ponto importante, pensando na distribuição internacional de Maria e o Cangaço, é a representatividade brasileira e, para ela, a performance de Isis, enquanto atriz brasileira, é brilhante e faz justiça à história da mulher nordestina. Apesar de já conhecer o trabalho da artista, a interpretação ainda foi motivo de surpresa – e uma positiva.

“Eu já sabia que ela era uma grande atriz, mas a maneira como ela encontrou uma sutileza entre, de um lado, uma certa doçura da Maria Bonita e do outro, a bravura da mulher sertaneja é, ao meu ver, algo brilhante. Fiquei realmente comovida quando eu vi a atuação dela e não consigo imaginar que alguém pudesse fazer a Maria Bonita melhor do que a Isis fez”, ela comenta.

Para além das críticas antes mesmo do lançamento da série, a ansiedade para saber o que as pessoas vão achar dessa nova perspectiva nunca contada de Maria Bonita é grande, e o desejo para que os telespectadores, tanto daqui quanto de outros países, se interessem pela história do cangaço mais ainda. “É uma história muito complexa em que não há mocinhos, não há bandidos, não há gente do bem, gente do mal. São seres humanos vivendo uma situação inóspita no Brasil numa região que sempre foi esquecida pelo Estado”, finaliza. 

Ao todo, Maria e o Cangaço conta com seis episódios, que chegam ao catálogo do Disney+ nesta sexta-feira (4).

+++LEIA MAIS: Maria e o Cangaço, com Isis Valverde e Júlio Andrade, estreia no Disney+

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