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Composto do tomate pode aliviar a depressão

O licopeno, um antioxidante presente no tomate e em outras frutas de coloração vermelha, pode desempenhar um papel importante no combate à depressão. Um estudo realizado pela Universidade Médica de Chongqing, na China, revelou que essa substância tem potencial para melhorar a conexão entre células cerebrais e reduzir sintomas depressivos. Os resultados indicam que o licopeno pode ser uma opção complementar para a saúde mental.
Como o licopeno age no cérebro
A pesquisa, publicada na revista Food Science & Nutrition, explorou os efeitos do licopeno na plasticidade sináptica, um fator essencial para o processamento de emoções e memórias. Os cientistas investigaram se essa substância poderia influenciar positivamente a saúde cerebral, melhorando a comunicação entre os neurônios.
Para testar essa hipótese, camundongos foram submetidos a um modelo de estresse social crônico durante dez dias, uma condição que simula sintomas depressivos. Em seguida, os animais foram divididos em dois grupos: um recebeu doses de licopeno (20 mg/kg), enquanto o outro recebeu uma substância de controle. O grupo tratado com licopeno demonstrou uma melhora significativa na interação social e um maior interesse por recompensas, sugerindo um efeito antidepressivo.
O impacto do licopeno nos neurônios
Um dos achados mais relevantes do estudo foi a capacidade do licopeno de aumentar os níveis da proteína BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro), essencial para a sobrevivência e o crescimento dos neurônios. Essa proteína é comparável a um fertilizante para o cérebro, fortalecendo as conexões neurais e aprimorando a eficiência da comunicação entre as células cerebrais.
O BDNF tem um papel fundamental na regulação do humor, e sua deficiência está associada ao desenvolvimento de transtornos depressivos. Assim, o aumento dessa proteína no cérebro pode explicar a melhora nos sintomas observada nos camundongos tratados com licopeno.
Quantidade ideal e fontes de licopeno
A dose utilizada no estudo sugere que um adulto de 68 kg precisaria consumir cerca de 110 mg diários de licopeno para obter efeitos semelhantes. Esse valor pode ser alcançado por meio da suplementação ou de uma alimentação rica em fontes desse antioxidante.
O teor de licopeno nos alimentos varia: enquanto tomates frescos contêm aproximadamente 3 a 5 mg por unidade, uma xícara de molho de tomate fornece cerca de 25 mg. O processamento e o cozimento dos tomates com óleo aumentam a biodisponibilidade dessa substância, tornando o molho de tomate uma excelente opção para quem deseja incluir mais licopeno na dieta.
Necessidade de mais pesquisas
Embora os resultados sejam promissores, mais estudos são necessários para validar os efeitos do licopeno em humanos. Um ponto a ser considerado é que a pesquisa foi realizada apenas com camundongos machos, e ainda não está claro se haveria diferenças na resposta ao tratamento entre os sexos.
Apesar disso, o licopeno se destaca como uma opção natural com potencial terapêutico, reforçando a importância de uma alimentação equilibrada para a saúde mental.