Como identificar os primeiros sinais do HIV?

O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) pode se manifestar de maneiras diferentes logo após a infecção. No entanto, nem todas as pessoas apresentam sintomas evidentes, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. A fase inicial da infecção, conhecida como síndrome retroviral aguda, ocorre geralmente entre duas e quatro semanas após o contato com o vírus. Como os sinais podem ser confundidos com uma gripe comum, muitas vezes a infecção passa despercebida nesse estágio.

Principais sintomas do HIV no início da infecção

Nos primeiros dias ou semanas após a infecção, algumas pessoas podem apresentar sinais semelhantes a doenças virais comuns. Os sintomas mais frequentes incluem:

• Febre alta: costuma ser um dos primeiros sinais, indicando que o corpo está reagindo ao vírus.
• Fadiga intensa: sensação persistente de cansaço, mesmo sem esforço físico significativo.
• Dor de garganta e inflamação: pode causar desconforto ao engolir e vermelhidão na garganta.
• Erupções cutâneas: manchas avermelhadas ou bolhas podem surgir, muitas vezes acompanhadas de coceira.
• Dores musculares e articulares: sensação de dor no corpo, semelhante a um quadro gripal.
• Inchaço dos linfonodos: os gânglios linfáticos, especialmente no pescoço, axilas e virilha, podem ficar aumentados e sensíveis.
• Suor noturno excessivo: episódios de sudorese intensa, mesmo em ambientes com temperatura controlada.
• Dor de cabeça persistente: cefaleias recorrentes que não melhoram facilmente com analgésicos.
• Distúrbios gastrointestinais: náuseas, vômitos e diarreia também podem ocorrer em alguns casos.

Esses sinais podem desaparecer após algumas semanas, mas isso não significa que o vírus foi eliminado do organismo. Caso haja suspeita de infecção pelo HIV, é fundamental buscar atendimento médico para a realização de exames específicos.

Alta transmissibilidade na fase inicial

Durante o estágio agudo da infecção, a carga viral no organismo é extremamente elevada. Isso torna o risco de transmissão do HIV muito maior nesse período. Como o teste de anticorpos pode não detectar o vírus de imediato devido ao chamado “período de janela imunológica”, a pessoa pode estar infectada e, ainda assim, obter um resultado negativo no exame inicial.

Caso exista suspeita de exposição ao HIV, mas o primeiro teste não detecte a infecção, é recomendado repetir o exame após aproximadamente 30 dias para confirmar o diagnóstico. Essa reavaliação é essencial para evitar a disseminação do vírus.

Terapia antirretroviral e controle do HIV

Identificar a infecção precocemente permite que o tratamento seja iniciado rapidamente. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente a terapia antirretroviral (TAR) para todas as pessoas diagnosticadas com HIV.

O tratamento consiste em uma combinação de medicamentos que reduzem a carga viral a níveis indetectáveis, impedindo a progressão da infecção para a AIDS e reduzindo o risco de transmissão. Além disso, a escolha dos antirretrovirais deve ser feita de maneira individualizada, considerando as necessidades de cada paciente, para garantir a eficácia do tratamento e evitar o desenvolvimento de resistência viral.

Com os avanços na terapia, pessoas vivendo com HIV podem ter qualidade de vida e expectativa de vida próximas às de indivíduos não infectados, desde que sigam o tratamento corretamente. A adesão à TAR é essencial para o sucesso do controle da infecção.