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Mercado de arte enfrenta maior crise em 15 anos, mas número de vendas bate recorde

O mercado de arte enfrentou uma queda significativa em 2024, com o volume de vendas mais baixo desde 2009. De acordo com o relatório anual da Artprice, divulgado nesta segunda-feira (10), o setor movimentou US$ 9,9 bilhões (R$ 57 bilhões) no ano passado, uma redução de 33,5% em relação a 2023. O declínio foi atribuído à instabilidade global, incluindo os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, além da incerteza política internacional.
As principais capitais do mercado de arte registraram grandes quedas: Nova York (-29%), Londres (-28%), Hong Kong e Paris (-21%). Na China, a retração foi ainda mais expressiva, com uma redução de 63%, o que fez o país perder a liderança global para os Estados Unidos, que somaram US$ 3,8 bilhões (R$ 21,91 bilhões) em vendas. A União Europeia registrou o mesmo valor.
Apesar da retração no faturamento, o número de transações cresceu 5%, com 800 mil vendas, o maior volume já registrado (via O Globo). Segundo Thierry Ehrmann, CEO da Artprice, o mercado continua líquido, mesmo com a cautela de grandes colecionadores, que reduziram seus investimentos até mesmo em obras de artistas consagrados como Mark Rothko, Jasper Johns, Ellsworth Kelly e Jean-Michel Basquiat.
A valorização das obras acessíveis foi um dos destaques do ano, com mais da metade das vendas ocorrendo por menos de US$ 600 (R$ 3,4 mil).
O quadro mais caro vendido no ano foi “L’Empire des Lumières” (O Império das Luzes), de René Magritte, arrematado por US$ 121 milhões (R$ 697 milhões). O valor ficou abaixo do recorde de US$ 139 milhões (R$ 801 milhões) pagos por uma obra de Pablo Picasso em 2023.

A pop art americana também registrou um novo recorde com a venda de uma obra de Ed Ruscha, de 1937, por US$ 68 milhões (R$ 392 milhões).
Inteligência artificial no mercado de arte
Pela primeira vez, a inteligência artificial teve impacto significativo no setor. O robô humanoide Ai-Da criou um retrato do matemático Alan Turing, vendido por US$ 1 milhão (R$ 5,7 milhões), quase dez vezes o valor inicialmente estimado.
