Música
Desqualificação de Duna 2 em categoria do Oscar foi ‘estúpida’, diz Hans Zimmer

Hans Zimmer é um dos principais nomes da história quando o assunto é a criação de trilhas sonoras para o cinema. O compositor alemão foi indicado ao Oscar 12 vezes e venceu a estatueta em duas oportunidades, com os filmes O Rei Leão (1995) e Duna (2022).
Zimmer também assinou a música de Duna: Parte 2 (2024), mas acabou desclassificado e não esteve entre os indicados na última edição da cerimônia, no início de março. Em conversa com o podcast Happy Sad Confused (via NME), ele finalmente quebrou o silêncio e comentou a ausência do filme na disputa.
A reação de Hans Zimmer à desclassificação no Oscar
A música de Duna: Parte 2 foi uma das mais elogiadas pelos críticos no último ano. No entanto, acabou enquadrada como inelegível pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo prêmio.
A decisão teve como base uma regra que define um limite de músicas pré-existentes para que uma obra seja indicada. “Em casos como sequências e franquias de qualquer mídia, a partitura não deve utilizar mais de 20% de temas pré-existentes e músicas emprestadas de partituras anteriores da franquia”, diz o regulamento.
Como a composição de Zimmer para Duna: Parte 2 incorpora vários elementos do primeiro filme, não pôde ser indicada no Oscar — mas concorreu em outros prêmios, como o Globo de Ouro, onde acabou superada por Trent Reznor e Atticus Ross por Rivais(2024).
Antes de questionar Zimmer sobre o assunto, o apresentador Josh Horowitz afirmou que a pergunta se tratava de um “tópico sensível”. O compositor, no entanto, discordou dessa classificação e definiu a decisão como “estúpida”.
Não é um tópico sensível. É apenas um tópico completamente estúpido. Eu fui desclassificado porque estava usando material do primeiro filme no segundo filme, mas não é uma sequência. É a conclusão, ambos os filmes formam um arco único”.
“Então, eu deveria ir lá e tirar todos os temas dos personagens e escrever novos temas para os personagens e desenvolvê-los? É apenas uma regra estúpida. O que eu não quero fazer é ficar reclamando sobre isso”, concluiu.
Em novembro, o diretor dos filmes, Denis Villeneuve, disse que era totalmente contra a inelegibilidade. Pouco tempo antes, assim que a decisão foi comunicada pela Academia, Hans Zimmer afirmou que os trabalhos dele não são feitos pensando nas premiações e explicou o processo criativo por trás de Duna: Parte 2
Nosso propósito é servir a narrativa e criar uma conexão com o público. Nós continuamos a jornada que iniciamos na primeira metade, no exato momento em que paramos. A partitura sempre foi escrita para expandir e evoluir os temas e levá-los a um final natural, planejando da primeira à última nota”, afirmou.
Mesmo fora da categoria de Melhor Trilha Sonora — vencida por O Brutalista — Duna: Parte 2 ficou com duas estatuetas: Melhor Som e Melhores Efeitos Visuais.
Por fim, em outra parte do podcast, o compositor revelou que conversa todos os dias com Villeneuve sobre o terceiro filme da franquia. Quando perguntado se ele tinha ideias para uma trilha sonora, ele brincou: “Mmm, talvez…”
Sobre Duna
Duna é ambientado em um futuro distante, em que os planetas são parte de um império feudal intergalático, comandados por famílias nobres. Na história, a família de Paul Atreides (Timothée Chalamet) aceita controlar o planeta deserto Arrakis, também conhecido como Duna, produtor de uma valiosa especiaria, o que o torna alvo de interesse de outras tantas famílias.
Na segunda parte da história, Paul e a sua mãe, Lady Jessica Atreides (Rebecca Ferguson), estão juntos a Chani (Zendaya) e os Fremen, antigos residentes de Arrakis. Juntos, eles planejam reunir um exército de aliados para combater o implacável Barão Vladimir Harkonnen (Stellan Skarsgård).
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