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Celebridade

Valéria Almeida se entrega de coração aberto ao Carnaval de São Paulo: ‘Fui acolhida’

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Valéria Almeida se entrega de coração aberto ao Carnaval de São Paulo: ‘Fui acolhida’

Em entrevista à Revista CARAS, Valéria Almeida também comenta desafios de sua estreia na transmissão ao vivo dos desfiles do Carnaval de SP

Abraçar é um verbo que Valéria Almeida (41) adora colocar em prática. “No abraço, a gente fala sem falar. Dependendo da situação, a gente não consegue verbalizar, então, só abraço e sinto. Não tenho pressa de soltar!“, diz a apresentadora global. E quem gosta de abraçar, é abraçado!

Escalada pela Globo para pilotar a cobertura dos desfiles das escolas de samba de São Paulo, Valéria Almeida mergulhou de cabeça na missão, visitou os barracões, frequentou ensaios técnicos, ouviu histórias, se emocionou e, o mais importante, foi abraçada —um abraço longo, do jeito que ela gosta—, por toda a comunidade do Carnaval.

Fui acolhida por quem faz o Carnaval. Isso foi muito bonito, porque eu queria fazer esse trabalho. A TV me escolheu, mas ter a bênção das pessoas que criam essa festa faz toda diferença, porque estou falando sobre o que elas fazem, sobre a cultura delas“, celebrou Val, que divide a jornada com Everaldo Marques (46), Aílton Graça (60), Judson Sales e Milton Cunha (62).

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Mais do que um desafio, a empreitada tem sido a realização de um sonho, afinal, o samba e o Carnaval sempre tiveram lugares cativos no coração de Valéria. “Tenho uma relação afetiva e emocional, as pessoas da minha casa sempre foram apaixonadas pelo carnaval. A gente saía para pular na rua e passava a madrugada assistindo aos desfiles. É uma das memórias mais bonitas que tenho da infância. Eu já tinha essa relação de amor e, de todos os projetos que a TV tem, o Carnaval era um que eu queria muito fazer, porque eu gosto“, diz ela, que nas últimas semanas, estava até sonhando com os sambas-enredos. “Eu acordava e me perguntava de qual escola era aquele samba-enredo, quase uma chamada oral às 5h30 da manhã“, fala ela, aos risos, durante conversa exclusiva com a Revista CARAS.


Sua relação com o carnaval vem desde criança?
Nasci e cresci na Baixada Santista, na periferia, e a gente não tinha a possibilidade de subir a serra para ver os desfiles, então, as mulheres da minha casa faziam fantasias e a gente saía para pular Carnaval na rua. Minha família sempre falava sobre como o carnaval é uma manifestação que nasceu na cultura negra. E sempre me encantou o fato de as pessoas que não se conhecem conseguirem se organizar em um grupo e celebrar a vida. Nessa hora, não importa a classe social, a raça, a condição financeira ou o nível escolar.

É uma festa democrática!
Totalmente! É uma festa genuína, porque nasce de uma manifestação cultural, de origem negra. Ela celebra a vida mesmo diante de uma série de mazelas e vai contagiando a todos com felicidade. Na avenida, tem brancos, negros, indígenas, asiáticos, tem gente misturada se respeitando e cantando temas que fazem com que as pessoas pensem. Tem questões de protesto, mas é uma festa. É uma manifestação cultural que tem um poder social incrível, tanto de mobilizar quanto de alegrar e conscientizar.

Isso torna a sua estreia no Carnaval ainda mais especial?
Sei que é uma missão grande. De responsabilidade profissional, por apresentar um evento que a empresa exibe; e responsabilidade como comunicadora e mulher negra, que também está ali falando e representando muita gente.

E como foi a preparação?
Li histórias do carnaval, li o material que as escolas passam com as defesas dos enredos, assisti a transmissões antigas para entender algumas dinâmicas e fui aos barracões com toda a equipe. Depois, voltei nesses barracões para conversar com as pessoas e ter mais proximidade. Ir aos ensaios técnicos também fez diferença. Foi escolha minha, porque não era obrigação, mas me deu bagagem para cumprir essa missão da melhor forma, porque me conectei com as pessoas. São muitas horas no ar e muitas chances de errar, mas se acontecer isso, não é por falta de preparo ou respeito, mas porque sou uma pessoa.

E qual lição você tirou dessa conexão com as pessoas?
Esse contato me fez perceber como as pessoas são capazes de se realizar quando elas acreditam no que fazem, quando isso tem valor cultural, quando têm uma essência. Elas não falam do Carnaval como um trabalho, como uma obrigação, elas falam com amor, sabem que estão preservando histórias, preservando a cultura e todo mundo tem orgulho. Quando a gente faz algo com propósito, a vida fica mais leve, mesmo quando temos adversidades. Isso é uma forma bonita de ver a vida, está além do trabalho. Eu estou em um misto de felicidade, emoção e, assim como quem faz o carnaval, estou falando tudo isso enquanto falo do meu trabalho. Para mim, é uma forma de honrar quem veio antes, de falar de uma tradição que é patrimônio cultural. Existe muita coletividade. Todos querem ganhar, mas querem ganhar não porque o outro estava ruim, mas porque foi o melhor dos melhores.

Essa coletividade poderia refletir na sociedade…
A beleza que a gente vê no trabalho coletivo, com tantas diferenças econômicas, raciais e sociais, se a gente visse isso para além do carnaval, se esse modelo fosse reproduzido na sociedade, a gente viveria em um lugar melhor.

Depois de todo esse mergulho pelo Carnaval, ficou com vontade de desfilar?
Não! Fiquei com vontade de apresentar mais e mais. Tem uma vantagem de quem apresenta que é assistir a todos os espetáculos. Quando eu era menina, tinha o sonho de ser porta-bandeira, mas eu realmente estou muito encantada, não escolheria um outro lugar para estar. E poder falar sobre isso com amor, conhecimento e emoção para quem está em casa é um privilégio e quero continuar.

E você samba?
Sambo! Conheci meu marido no samba. É o que eu ouço quando estou em casa, meus pais eram do samba. Adoro sambar, mas tem sido tão bonito viver tudo isso, que estou mais nesse lugar de fora e recebo isso como uma bênção.

Você começou sua carreira na fotografia, foi para o Profissão Repórter, hoje está no entretenimento e acaba de abraçar o Carnaval. Os desafios te movem?
Aprendi que os desafios acionam uma parte do cérebro que faz a gente ter medo, então, eu vou criando as minhas oportunidades. Oportunidade de falar sobre as coisas que quero e me conectar com pessoas. E fico aberta para o universo. Eu me permiti viver o desafio de sair do impresso e ir para a TV e minha vida nunca mais foi a mesma. Daqui a alguns anos terei outras histórias para contar, com outras vivências. Não separo o lado profissional do lado pessoal, porque sou a profissional que sou porque carrego comigo a pessoa que sou. Não fico fingindo que determinadas coisas não aconteceram. As boas eu celebro, as ruins eu uso de aprendizado! Apresentar o Carnaval não é um desafio, é um sonho e uma oportunidade de viver minha experiência como apresentadora, de falar sobre essa festa que conecta pessoas, falar de uma cultura, tradições e questões humanas que só o Carnaval é capaz de expressar. 

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