Celebridade
Musa da Mangueira, Jeniffer Dias abre o coração sobre carnaval: ‘Minha ancestralidade’

Jeniffer Dias (33) é musa da Estação Primeira de Mangueira, uma das principais escolas de samba do carnaval do Rio. Em rotina intensa de preparativos para o desfile marcado para o domingo, 2 de março, a atriz conta que se sente feliz em atuar na festa popular.
“É realmente uma honra e eu me sinto muito acolhida pela comunidade, pela direção da escola, por todos os segmentos da escola. Mas eu me coloco nesse lugar não só como a Jennifer artista, mas como a Jennifer, que é uma mulher preta periférica de Candomblé, me sinto muito representando os meus, minha família, meu pai, que é mangueirense doente, mas além de tudo isso, minha ancestralidade”, conta ela, em entrevista à CARAS Brasil.
Para assumir o posto de musa na Marquês de Sapucaí, a atriz se inspira na mãe, Ana Paula, que foi passista por 18 anos. Ter uma referência em do carnaval em casa contribuiu para sua formação e segurança no maior espetáculo da Terra.
“Eu cresci indo com ela para as escolas de samba ensaiar, então de fato esse amor é um amor que passa de mãe para filha, sabe, é muito bonito. E pelo samba também é um amor que vem do meu pai, porque ele fez parte de um grupo de roda, de um grupo de samba que chama Grupo Pirraça, um grupo que foi muito famoso, ganhou disco de ouro, enfim, nos anos 80 e 90, então esse amor pelo samba e carnaval está muito em família, sabe, é um amor que gira, é um amor que roda, que vem muito forte assim para mim, tanto que a gente curte os ensaios juntos, eles me acompanham durante os ensaios, eles vão nos ensaios técnicos, eles sabem de tudo que vai acontecer, as roupas que eu uso, eles realmente se importam, eles realmente se sentem honrados com isso”, fala.
À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões é o tema da Estação Primeira de Mangueira para o carnaval 2025. Dias faz mistério sobre sua fantasia, mas promete surpreender o público com toda a história e riqueza de detalhes por trás da roupa.
“O Sidney França, que é o carnavalesco da escola, leu a minha mente. Eu venho pelo meu terceiro ano em Mangueira e é a primeira vez que eu venho com uma fantasia monocromática e com uma cor que eu adoro, assim, que eu acho que fica linda no tom da minha pele. Eu venho na frente do carro 3, que é o carro dos bengus e é um carro muito especial que fala dessas casas pretas que tinham, né? Quando os pretos chegaram, vieram para cá escravizados, esses povos de bantos se reuniam para criar estratégia de sobrevivência mesmo”, explica.
E complementa: “São essas casas que davam alimento, que trocavam ideias e criavam estratégias de sobrevivência. Eu venho na frente desse carro e minha fantasia tem a ver com isso, com essas casas de zungus, que na verdade zungus vem de angu, vem de alimento. É isso que eu posso dizer, mas a fantasia tá linda. E eu fiz uma primeira prova e fiquei, assim, realmente impactada, tá sendo feita pelo Felipe Rangel, que é o meu estilista. Desde o primeiro momento, ele fez minha fantasia e eu continuo com ele.”
VEJA JENIFFER NA AVENIDA: