Cultura
Exposição “Trans Laerte” celebra obra transformadora da cartunista
Transformadora, transgressora e transmidiática: assim é definida a exposição Trans Laerte, que chega ao Museu de Arte Contemporânea da Bahia, reunindo cerca de 400 obras da cartunista e chargista Laerte Coutinho, uma das vozes mais influentes da arte gráfica brasileira. Até 23 de fevereiro, os visitantes terão a oportunidade de explorar a trajetória da artista, que transcende o humor e mergulha em reflexões sobre política, poder e direitos humanos.
Segundo o curador da exposição, Nobu Chinen, a mostra percorre mais de cinco décadas da produção de Laerte. “Essa exposição é uma amostra, uma seleção dos trabalhos de uma carreira fantástica de 50 anos, de uma das maiores cartunistas e quadrinistas do Brasil. A Laerte tem uma produção bastante constante, mas muito transformada, com diversas fases e estilos, do humor mais escrachado às tiras infantis e histórias profundas”, explica Chinen.
Chinen destaca que a obra de Laerte não apenas diverte, mas também provoca, convidando o público a refletir sobre temas universais. “O humor e os quadrinhos refletem o momento vivido pelo artista. É interessante notar a primeira fase da Laerte, marcada pela censura no país, com obras que passavam mensagens subversivas, mesmo sob o olhar de censores desatentos”, comenta o curador. Ele também ressalta a importância da análise atual dessa produção, especialmente em tempos de polarização.
Depois de passar por Brasília e Curitiba, a exposição desembarca em Salvador no Museu de Arte Contemporânea da Bahia, um espaço celebrado pelo curador. “Ser recebido em um local de prestígio é um marco para a linguagem dos quadrinhos, que por muito tempo foi marginalizada e considerada literatura de leitor preguiçoso”, afirma Chinen, destacando a complexidade dessa linguagem artística.
A exposição Trans Laerte é uma realização da Somos Comunicação e da Via Press Comunicação, com apoio do Edital Funarte das Artes 2023. A visitação é gratuita e acontece até 23 de fevereiro, de terça a domingo, das 10h às 18h, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia.