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Celebridade

Se não gosta do Brasil, vai embora

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Se não gosta do Brasil, vai embora

“Eu, com tanta coisa para fazer, parada aqui” – Sandra Regina Monteiro, sobre o que pensava durante o tempo em que ficou sob o poder de uma sequestradora em um ponto de ônibus, na Avenida Paulista, em São Paulo. Um sequestro não abala mais ninguém, o verdadeiro susto seria o ônibus chegar na hora e ainda não estar lotado.

“F***-se a Alemanha e f***-se Israel ” – Greta Thunberg, ativista climática, em ato pró-Palestina. A diplomacia de Celso Amorim com a eloquência de Janja Lula da Silva.

“Jair Bolsonaro e generais envolvidos na tentativa de golpe no Brasil , soltos, são mais perigosos para a ordem pública que Marcola, o chefe do PCC” – Conrado Hubner, professor de Direito da USP. Ele tem razão: Marcola parece o fiador ideal para a ordem pública vigente.

“O Brasil, por muito pouco, não viveu isso de novo e certamente eu seria uma pessoa arrancada da minha família” – Astrid Fontenelle, apresentadora de TV, sobre uma possível volta da ditadura. Segundo boatos, homens vestidos de branco já tentaram levar Astrid à força, mas o Pinel nega tudo.

“Ninguém quer trabalhar” – Conde Chiquinho Scarpa, sobre a geração Z. Ele sabe melhor do que ninguém que não trabalhar dá um trabalho muito trabalho.

“É a Frida Kahlo da literatura” – Cate Blanchett, atriz australiana, sobre a escritora brasileira Clarice Lispector. O ornitorrinco das analogias só poderia vir da Austrália mesmo.

“A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) virou a porteira do inferno. É tudo tática terrorista” – Natuza Nery, jornalista, sobre a aprovação do voto impresso na CCJ. Tudo parte de uma conspiração para cometer um atentado a voto contra a democracia.

“Gravíssima a suspeita de fraude envolvendo pequenos e médios municípios nas eleições de 2024” – Gleisi Hoffmann, deputada federal (PT-PR). Parece que tem gente querendo entrar pro Inquérito do Fim do Mundo.

“Médica acredita que Machado de Assis tinha tuberculose” – manchete do jornal O Globo. É, marcar exame a tempo no SUS não está fácil pra ninguém.

Nós contra eles

“Pra favela, o que falta é dinheiro. Não é religião, não é filosofia, não é conhecimento, esquece essas ideias… Quem colocou essas ideias que dinheiro faz mal pra nós, é branco dono de fazenda” – Mano Brown, cantor. Os Irmãos Batista devem ter criticado a Lei Rouanet na última reunião do gabinete do amor.

“E se a moça que se recusou a levantar do avião fosse uma mulher preta?” – Rene Silva, ativista de esquerda. Seria complicado ela se levantar, provavelmente estaria ocupada fazendo faculdade e comendo picanha, a caminho da Disney, segundo as promessas de campanha.

“Se você é branco e não se acha racista, tenho uma má notícia para te dar” — Vera Iaconelli, colunista da Folha de S.Paulo. Se a notícia é tão ruim, por que essa empolgação toda?

“A síndrome de impostora é muito comum entre mulheres, mas a impostura é dos homens” – Vera Iaconelli, de novo. De impostora ela não tem nada; parece mais uma legítima semeadora de discórdia.

“No fundo, o problema da extrema direita é esse: as mulheres têm maior nível de escolaridade que os homens” – Cynara Menezes, blogueira. Obrigado pelo esclarecimento; pelo nível do raciocínio, eu jamais teria desconfiado.

A desregulação das redes

“A culpa é do robô” – Luiz Fux, ministro do STF, sobre a culpa pela desinformação nas redes sociais. É melhor Xaropinho e Louro José garantirem um habeas corpus preventivo antes que o ministro resolva inovar na jurisprudência.

“O que era a ferrovia, senão uma via de comunicação?” – Dias Toffoli, ministro do STF, sobre a necessidade de regulação das redes. OK, ministro, mas não precisava brincar de trenzinho com o mouse, fazendo ‘tchu tchu’, para ilustrar sua brilhante conclusão.

“Talvez seja uma das coisas mais chatas que existe, você vai entrar em alguma coisa daí vem: ‘clique onde vem o semáforo’. Nunca dá certo!” – Alexandre de Moraes, ministro do STF, relatando dificuldades no uso da internet. Discordo. Pelo visto, a tecnologia está identificando quem é humano e quem não é com precisão cirúrgica.

Viva Paulo Freire

“Ex-policiais da PF são condenados há (sic) mais de 23 anos” – legenda de reportagem da CNN Brasil. A culpa aqui não é da PF, mas sim do PF: Paulo Freire.

“Uma imagem vale mais do que mil palavras” – Pedro Rousseff, sobrinho de Dilma e vereador por BH (PT), ao postar a imagem de um texto no Twitter. E tem um sobrenome que parece valer alguns pontos a menos no QI.

“O presidente Lula me pediu que compartilhasse sua alegria de recebermos o primeiro-ministro da Iugoslávia no Brasil” – Geraldo Alckmin, recepcionando o primeiro-ministro da Eslováquia. O Lula é danado, mesmo do hospital fez questão de escrever o discurso do Alckmin.

Que crise?

“Banco Central adverte: era crise, agora é emergência econômica” – José Casado, jornalista. E, pra piorar, é a emergência do SUS, não a do Sírio-Libanês.

“O Brasil não está em uma situação apocalíptica” – Míriam Leitão, jornalista. De fato, no apocalipse bíblico as coisas pioram antes de melhorar; já no Brasil, melhor não termos essa esperança.

“Isso é jogar contra o país” – Simone Tebet, ministra do Planejamento, sobre alto índice de reprovação da gestão econômica do governo. Ué, foi uma confissão de que ela virou a casaca?

“Se não gosta do Brasil, vai embora, mas parem (sic) de falar mal do nosso país”

Luiza Trajano, empresária petista, criticando a reação do mercado às trapalhadas do governo. Brasil, mame-o ou deixe-o.

“Para o mercado, tudo é um desastre; na vida real, milhões saem da miséria” – Eliane Cantanhêde, jornalista. Imagino que esses milhões que saíram da pobreza são os que financiam o aumento da verba publicitária.

“É hora de investigar o cartel que manipula o câmbio” – Luís Nassif, blogueiro. Seria uma ótima ideia, mas receio que os suspeitos possuam foro privilegiado.

“Não existe desequilíbrio nas contas públicas” – Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda. As contas estão equilibradas, sim – infelizmente, para o lado errado.

“Política é percepção. Não importa você ter o número se não souber embalar, explicar ou traduzir esses dados” – Andreia Sadi, apresentadora de TV. Pois é, cada regime tem a Leni Riefenstahl que merece.

“Na Antártica (sic) a inflação é zero por cento. Não há pessoas, não há comércio, não há indústria” – Roberto Requião, ex-governador do Paraná. Um verdadeiro paraíso. Já pensou em mudar-se para lá?

A caminho de Damasco

“A Síria não vai cair” – Alexandre Guerreiro, PhD em Direito Internacional, horas antes do regime sírio ser deposto. Após ouvir os especialistas, dizem que Bashar al-Assad começou a fazer as malas.

“Resgatar quem?” – Joe Biden, segundos após fazer promessa de resgatar Austin Tice, jornalista americano desparecido na Síria. Bateu o recorde da picanha de Lula como a promessa mais rápida a ser esquecida por um político.

“Abu Mohammad al-Jolani (ele/dele)” – CNN, anunciando os pronomes do líder terrorista sírio durante entrevista. Isso tem cheiro de uma tática da CIA para convencer os terroristas de que não resta mais nada a ser destruído no Ocidente.

Cantinho da América

“Foi um prazer jantar com o governador Justin Trudeau, do grande estado do Canadá” — Donald Trump, presidente eleito dos EUA, ironizando dependência econômica do Canadá. E o governador da Venezuela nem pra mandar uma fotinho do metrô de Caracas pra gente ver.

“Não, eu 1.000% derreti mesmo. E depois a reconstruí antes que alguém percebesse” – Elon Musk, reagindo a um fact-check da agência de notícias Reuters sobre fake news de que ele teria derretido a Estátua da Liberdade. Será que os fact-checkers já estão trabalhando vigorosamente para confirmar se foi ele mesmo quem reconstruiu a estátua?

Império das leis

“Judiciário não tem participação na crise fiscal brasileira” – Luís Roberto Barroso, ministro do STF. Inclusive, o Judiciário está fazendo sua parte para ajudar: agora, as lagostas vêm com apenas dois acompanhamentos, não os três habituais.

“Estou fazendo a toque de caixa e estou até me confundindo” – André Tudisco, juiz auxiliar de Alexandre de Moraes, justificando erros processuais. Ele digita mais devagar do que pensa, e olha que já nem pensa tão rápido assim.

“Nesse triângulo entre Congresso, STF e governo, alguém será traído” – Fernando Gabeira, ex-deputado federal e comentarista da GloboNews. Normalmente, o traído é o último a descobrir que era o quarto lado do triângulo.

“Se os juízes não tiverem essa remuneração, a carreira deixa de ser atraente” – Luís Roberto Barroso, defendendo os supersalários do Judiciário. Considerando os tipos que essa carreira tem atraído, talvez não seja má ideia dar uma repensada.

“Demos muito poder a uma gente chinfrim e com cérebro de minhoca” – Gilmar Mendes, ministro do STF. Parabéns pela coragem de admitir isso em público.

Lula lá na UTI

“Não é uma abertura do crânio importante” – Roberto Kalil, médico de Lula, após cirurgia de drenagem de hematoma no cérebro. Trata-se de um crânio com pouco uso e sem muito conteúdo.

“A deusa Janja não percebeu os problemas do marido?” – José de Abreu, ator petista. Mas a Janja também não pode fazer milagre. Pelo menos não sem a anuência do STF.

“O Lula odeia ficar internado. Detesta não estar trabalhando” – Daniela Lima, apresentadora da GloboNews. Afinal, Lula não está acostumado a trabalhar enquanto é monitorado.

“Fiquei feliz quando disseram ‘vamos embolizar a artéria’, porque disso eu entendo” – Míriam Leitão, sobre procedimento de Lula. A essa hora, Alckmin deve estar se perguntando se ela entende tanto de artérias quanto entende de economia…

“A segurança do quarto hospitalar em que Lula está foi redobrada. Isso se deve ao motivo de que, no plano de golpe, Lula seria envenenado em um hospital” – Débora Bergamasco, apresentadora da CNN Brasil. Para garantir sua segurança, a ABIN deveria esconder Lula onde golpista nenhum pensaria procurar: numa biblioteca.

“Lula liga para Rui Costa e, em tom bem-humorado, fala de goleada sofrida pelo Botafogo” – Gerson Camarotti, jornalista. Tem gente querendo o lugar da Ana Maria Braga.

Ari Fusevick é brasileiro não-praticante, escreve sobre filosofia, economia e política, na margem entre o inconcebível e o indesejável. Colabora com a Gazeta do Povo, Newsmax e New York Post. Autor da newsletter “Livre Arbítrio” e do livro “Primavera Brasileira”.

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