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Amanda Mittz apresenta instalação sensorial inclusiva “Libras Dance” no Solar de Botafogo | Cultura

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Amanda Mittz apresenta instalação sensorial inclusiva “Libras Dance” no Solar de Botafogo | Cultura


O Solar de Botafogo, no Rio de Janeiro, recebe nesta quarta-feira (04.12) e quinta-feira (05.12), o projeto Libras Dance, da cantora, compositora e produtora musical Amanda Mittz. Conhecida por seu trabalho pioneiro na promoção de acessibilidade no universo musical. A artista, que é deficiente visual, mistura pop, música eletrônica e Língua Brasileira de Sinais (Libras) em uma experiência sensorial única. O objetivo é criar um espaço inclusivo e reflexivo, em que a música não seja apenas ouvida, mas sentida de diversas formas, tanto por pessoas com deficiência quanto pelo público geral.

Criar Libras Dance foi um grande desafio. “No começo, a ideia estava muito abstrata. Eu não sabia bem como transformar tudo isso em algo concreto”, revela à Vogue Brasil. O projeto começou a ganhar forma com a colaboração de artistas como a performer surda Ester, a coreógrafa Amanda Souza, e o intérprete de Libras Thiago Osmundo. O trabalho em conjunto foi fundamental para a criação da instalação sensorial, que traduz a música de Amanda em dança e sinais, mas de uma forma não literal. “A ideia não era traduzir as músicas para Libras, mas trazer a mensagem central, o ritmo, a melodia e a harmonia por meio dos movimentos”, explica.

No entanto, o caminho não foi fácil. A primeira performer que se juntou ao projeto, que já tinha experiência com as músicas de Amanda, teve que se afastar devido a problemas de saúde. Uma situação que também aconteceu com outra integrante do time. “A gente tem que lembrar que a existência de uma pessoa com deficiência na sociedade é uma existência ansiosa. Imagina a dificuldade de se comunicar, quando a maioria das pessoas não fala Libras?”, questiona ela, que enfrentou esses obstáculos com paciência e colaboração. “A Amanda Souza, a coreógrafa, teve muita paciência e sensibilidade, tanto com a performer quanto comigo. Eu não sou dançarina, então a construção foi um processo muito coletivo.”

O objetivo sempre foi criar uma coreografia acessível, que pudesse ser dançada tanto por surdos quanto por ouvintes. “Foi um trabalho com muita empatia, para que todos pudessem se expressar de forma livre e inclusiva.”

O Libras Dance propõe uma vivência sensorial onde o público vai poder sentir a música de formas diferentes. Para isso, a instalação contará com coletes vibratórios, que transmitem a batida da música, além de projeções visuais, iluminação 3D e áudio descrição. A mixagem binaural também será uma das atrações, permitindo uma imersão completa para quem usar fones de ouvido.

“A experiência da acessibilidade, assim como a da música, é compartilhada”, explica Amanda. “A acessibilidade estética não é só funcional, ela também é criativa.” A cantora conta que a ideia de usar coletes vibratórios não é nova para a performer do projeto, mas que foi uma grande descoberta ampliar essa experiência para o público em geral. “Foi muito bacana ter essa possibilidade de todo mundo sentir a música da mesma maneira. A vibração e a mixagem binaural foram dos momentos mais gostosos durante o processo de criação.”

Para Amanda, Libras Dance é a concretização de um sonho. “É uma experiência única. A gente nunca viu nenhum artista fazendo algo que traga tantos elementos sensoriais juntos dentro da música pop.” O projeto foi aprovado pelo Ministério da Cultura e pela Funarte, o que possibilitou sua execução. “Estou muito feliz com o que estamos entregando. É realmente algo novo e emocionante.”

A artista também fez questão de enaltecer o trabalho de toda a equipe envolvida. “Essas pessoas não se motivaram por questões financeiras, mas pelo poder transformador da arte. Todo mundo acreditou no que estamos fazendo, e isso é muito especial.”

Além de Libras Dance, Amanda Mittz está em uma nova fase de sua carreira musical, em que explora o universo da música eletrônica e pop. “Eu quero cada vez mais trazer a produção para mim mesma. Agora estou criando minhas próprias faixas, mas também estou buscando colaborações com outros produtores.” Suas influências variam de Lady Gaga e Billie Eilish a nomes da música brasileira, como Fernando Abreu e Marina Lima. Para Amanda, a ideia é manter a essência do pop, mas com uma identidade genuinamente brasileira. “Quero trazer os ritmos brasileiros, como maracatu, funk carioca e baião, para dentro da música eletrônica.”

Ela ainda está trabalhando em uma faixa nova que promete fazer uma mistura inusitada. “Eu vou começar a produzir uma nova música que vai ser uma mistura de House com Baião. Estou super empolgada, porque vai ser uma fusão de sons que eu adoro. O Baiana System tem me inspirado bastante nesse processo.”

Representatividade e visibilidade na TV

Além da música, Amanda também experiência na televisão. Ela participou da novela Todas as Flores (2023), da Globoplay, em que fez história ao protagonizar o primeiro beijo LGBT+ e PCD (pessoa com deficiência) da TV brasileira. “Foi uma super oportunidade, um presentão do universo para mim”, comemora. Ela comenta que esse tipo de visibilidade é fundamental para quebrar estigmas e ampliar a representatividade. “Se surgirem novas oportunidades, com certeza vou aceitar. A arte me leva para onde eu preciso ir.” A artista, que já tem um histórico de trabalho com a acessibilidade na música, afirma que o objetivo do projeto é criar uma nova forma de vivenciar a música para a comunidade surda, ao mesmo tempo em que compartilha essa experiência com todas as pessoas. “O acesso à música é um direito de todos”, diz.

A experiência no Solar de Botafogo, que terá entrada gratuita e capacidade para até 8 pessoas por sessão, marca a proximidade com uma importante data: o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência (3 de dezembro). Com isso, Amanda Mittz espera gerar discussões e reflexões sobre a importância da inclusão e da acessibilidade em diferentes esferas da sociedade.

Amanda Mittz — Foto: Divulgação
Amanda Mittz — Foto: Divulgação

Amanda Mittz Apresenta “Libras Dance – A Experiência”

Local: Solar de Botafogo
R. Gen. Polidoro, 180 – Botafogo, Rio de Janeiro
Datas e Horários: 04 de dezembro (quarta-feira) – Abertura oficial: 17h – Encerramento: 21h | 05 de dezembro (quinta-feira) – Abertura: 13h – Encerramento: 21h
Ingressos: Entrada franca – Capacidade de até 8 pessoas por sessão.
Duração de até 10 minutos por sessão. @
solardebotafogo

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