Economia
Dólar abre em baixa, com juros e presidência do BC no radar
No dia anterior, o principal índice da bolsa de valores de São Paulo fechou em alta de 0,94%, aos 136.889 pontos. Já a moeda norte-americana subiu 0,23%, cotada a R$ 5,4922.
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O dólar abriu em baixa nesta terça-feira (27), com uma diminuição nas tensões entre Israel e o grupo terrorista Hezbollah, no Líbano, e o tema dos juros ainda tomando conta dos mercados aqui e lá fora.
No Brasil, expectativa para a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central do Brasil (BC). Cotado ao cargo, ele estava em evento em Teresina (PI) nesta segunda quando foi chamado a Brasília pelo presidente Lula (PT) para ficar de “sobreaviso” em caso de indicação oficial.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 09h, o dólar subia 0,13%, cotado a R$ 5,4853. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve alta de 0,23%, cotada em R$ 5,4922.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 2,86% no mês;
alta de 13,18% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 0,94%, aos 136.889 pontos. na máxima do dia, chegou a 137.013 pontos.
Com o resultado de hoje, o Ibovespa acumulou:
alta de 7,24% no mês;
ganhos de 2,01% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
No cenário nacional, a expectativa para a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central do Brasil (BC) cresce cada vez mais e o mercado monitora isso. Cotado para substituir Roberto Campos Neto, ele estava em Teresina (PI) e antecipou o retorno a Brasília nesta segunda-feira a pedido do presidente Lula (PT), apurou a TV Globo.
Atual diretor de Política Monetária do BC, Galípolo foi chamado a Brasília para ficar de “sobreaviso”, caso Lula decida oficializar a sua indicação, que terá de ser aprovada pelo Senado.
Os juros no Brasil também ficam no radar dos investidores, em meio às dúvidas sobre a possibilidade de novos aumentos da taxa Selic pelo Banco Central para controlar a inflação, que voltou a acelerar.
Na semana passada, em um discurso duro, Gabriel Galípolo afirmou que suas falas recentes não colocaram o BC em um “corner” em relação ao que será feito com a Selic em setembro, mas repetiu que a autarquia subirá a taxa básica se necessário.
Nos últimos dias têm ganhado força entre instituições financeiras a avaliação de que, em função de falas recentes de Galípolo, consideradas “hawkish” (duras com a inflação), o BC terá que subir a Selic em pelo menos 25 pontos-base em setembro mesmo em meio à relativa melhora do cenário externo.
Nesta segunda, Galípolo disse que os dados indicam que a economia brasileira parece estar em um estágio distinto da economia norte-americana — que começou a dar sinais de moderação.
“A atividade está aquecida, se mostrando dinâmica no Brasil (…) Tem mostrado bastante dinamismo”, afirmou ele, durante participação em evento de comemoração dos 125 anos do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, em Teresina (PI).
Nesse sentido, os economistas do mercado financeiro — consultados pelo Boletim Focus, do BC — elevaram a estimativa de inflação para este ano e para 2025.
Para 2024, a previsão avançou pela sexta semana seguida, passando de 4,22% para 4,25%, cada vez mais próxima do teto da meta de inflação. A meta central de inflação é de 3% neste ano – e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5% neste ano.
Para 2025, a estimativa de inflação subiu de 3,91% para 3,93% na última semana. No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Os juros também são um tema central na agenda dos investidores internacionais, sobretudo após o discurso de Jerome Powell no Simpósio de Jackson Hole na sexta, afirmando que “chegou a hora” de cortar os juros.
“Faremos tudo o que pudermos para apoiar um mercado de trabalho forte, ao passo em que progredimos mais em direção à estabilidade de preços”, disse Powell, que também garantiu que a instituição “não busca e nem recebeu bem uma desaceleração nas condições do mercado de trabalho”.
Os juros americanos estão no maior patamar em mais de 20 anos, entre 5,25% e 5,50% ao ano. E havia expectativa desde o início do ano para o momento em que o Fed fosse iniciar o ciclo de redução das taxas.
Depois de vários adiamentos por conta dos dados mais fortes de inflação e atividade da economia americana, o mercado de trabalho dos EUA começou a mostrar um desaquecimento no início deste mês e os resultados de inflação voltaram a mostrar que os preços estão mais comportados.
Com isso, Powell afirmou na sexta-feira que o atual nível das taxas de juros dá “amplo espaço” para que o Fed responda aos riscos, inclusive os números baixos de emprego. Essa afirmação joga ainda mais luz a uma dúvida que tomou os mercados nas últimas semanas: qual será a magnitude do corte promovido pelo Fed em sua próxima reunião.
Uma diminuição nas tensões no Oriente Médio também tranquiliza o mercado. No domingo (25), Israel declarou emergência e lançou ataques ao sul do Líbano após identificar uma ofensiva do grupo terrorista Hezbollah. Como a região é a mais importante produtora de petróleo do mundo, a commodity começou a semana com altas de quase 3%.
Apesar da troca de ataques intensos, como mostra o blog da Sandra Cohen, os dois lados calibram suas reações para evitar uma escalada maior do conflito.