Premiê britânico convoca reunião de crise após mais de 100 serem presos em protestos contra morte de meninas em ataque com faca

Manifestações ocorrem em várias cidades do Reino Unido depois que crianças foram atacadas enquanto participavam de um clube de férias temático de Taylor Swift em Southport. O autor do crime compareceu ao tribunal nesta quinta (1º). Manifestante sendo preso em Londres
REUTERS/Hollie Adams
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, convocou chefes de polícia britânicos para uma reunião de crise nesta quinta-feira (1º) após mais de 100 pessoas serem presas em protestos que se espalharam pelo país contra o ataque a faca que matou três meninas participavam de um clube de férias temático de Taylor Swift em Southport.
Manifestantes de extrema direita, alimentados, em parte, por desinformação online, realizaram vários protestos violentos, entrando em confronto com a polícia, nos últimos dias. Como o nome do responsável pelo crime não havia sido divulgado por ele ser menor de idade, houve disseminação de informações incorretas sobre sua identidade e o ataque foi ligado à imigração ilegal.
Em entrevista à BBC nesta quinta, um ex-superintendente-chefe e comandante de armas de fogo da Polícia Metropolitana de Londres disse que a polícia tomou a decisão “sem precedentes” de confirmar que o suspeito “nasceu neste país” para conter a onda de notícias falsas.
Na terça (30), houve tumulto do lado de fora de uma mesquita em Southport e, nesta quarta (31), uma confusão ocorreu perto do gabinete do primeiro-ministro em Londres.
Centenas de manifestantes gritando “queremos nosso país de volta” atiraram latas e garrafas de cerveja e lançaram sinalizadores em uma estátua próxima do líder da guerra Winston Churchill.
na cidade de Hartlepool, no nordeste da Inglaterra, policiais foram atingidos com garrafas e ovos e uma viatura foi incendiada, enquanto grupos de extrema direita buscam atear raiva sobre um ataque que eles tentaram ligar a imigrantes. Um distúrbio menor foi relatado em Manchester.
Segundo a agência de notícias Associated Press, o gabinete de Starmer diz que ele dirá aos líderes da polícia que, “embora o direito ao protesto pacífico deva ser protegido a todo custo, os criminosos que exploram esse direito para semear o ódio e realizar atos violentos enfrentarão toda a força da lei”.