Política
Médico de baixista da banda Zimbra que perdeu 4 dedos afirma que ele poderá tocar com o polegar
Guilherme Goes, de 29 anos, perdeu os dedos da mão direita em um acidente de buggy em Campos do Jordão (SP). Guilherme Goes, baixista da banda Zimbra, perdeu quatro dedos da mão direita
Reprodução/Redes Sociais
O baixista da banda Zimbra, Guilherme Goes, de 29 anos, que perdeu quatro dedos da mão direita após sofrer um acidente de buggy durante uma viagem a Campos do Jordão (SP), poderá voltar aos palcos tocando o contrabaixo com apenas o polegar, de acordo com o médico que acompanha o caso, que também é diretor técnico da Santa Casa de Santos, Alex Macedo.
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“O polegar é extremamente ágil. Então, acho que com pouco grau de treinamento ele conseguirá voltar a tocar o contrabaixo com um dedo só. […] É possível que ele volte. Vai depender do treinamento, da dedicação dele, mas é possível voltar a tocar o contrabaixo com apenas um dedo”, disse Macedo.
No caso de Guilherme, o médico explicou que ele perdeu os dedos: indicador, médio, anelar e o mindinho. “Ele já chegou para a gente com os dedos amputados […]. Nós não temos os detalhes de como chegou [após o acidente] para saber da possibilidade do implante ou não”.
Baixista diz estar acostumado a tocar com o dedão: ‘o sonho não acabou’
O médico explicou que o baixista está na fase de cicatrização da lesão, onde é usada uma câmara hiperbárica, que auxilia no processo cicatrizante e diminui o risco de infecção. Quando deixar o hospital e tiver cicatrizado, poderá começar o treinamento para tocar contrabaixo com um dedo só.
Macedo disse que os dedos têm movimentações que não conseguem ser reproduzidas com próteses, mas que há algumas a serem testadas pelo músico. “Para tocar vai ser mais prático apenas com o dedo natural que lhe restou do que a prótese, que vai ser importante para conseguir pegar um copo”.
O diretor técnico da Santa Casa de Santos disse, ainda, que Guilherme segue internado para curativos e tratamento da cicatrização da lesão. Ele tem alta hospitalar programada para os próximos dias, mas seguirá com o tratamento e, após isso, iniciará a etapa da recuperação.
Polegar representa 40%
Guilherme Góes, da banda Zimbra
Reprodução/Redes Sociais
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Antonio Carlos da Costa, disse que alguns dedos são mais importantes que os outros. “Como, por exemplo, o polegar, que representa 40% da função da mão”. Para ele, caso a amputação tenha sido próxima da base, a dificuldade será grande para voltar a tocar.
“Pequenas amputações causam pequenos déficits em que o paciente facilmente se adapta. Já as grandes amputações provocam déficit funcional importante, e o paciente terá muito mais dificuldade para se adaptar, já que as próteses para os membros superiores nunca substituem a função normal da mão”, disse Costa.
Ele acrescentou: “As próteses para os membros superiores são mais importantes para melhorar a estética do que a função. A grande dificuldade das próteses é a ausência de sensibilidade, e a mão sem sensibilidade é pouco útil. A mão, por ser uma máquina perfeita, nunca vai ser substituída por uma prótese.”
Anúncio do acidente
Baixista da banda Zimbra perde quatro dedos após acidente de buggy
O acidente ocorreu no dia 20 de julho, mas foi no domingo (28) que o baixista se manifestou nas redes sociais dele e da banda Zimbra, que precisou cancelar um show previsto para Campinas no dia 21.
Uma semana após o acidente, o baixista diz que está bem. No entanto, Guilherme contou que sofreu para aceitar o que tinha acontecido. “No começo o processo de assimilação foi bem difícil para entender o que estava acontecendo comigo. Só que depois eu só consegui agradecer por estar vivo”.
O músico afirmou que está se recuperando bem e a expectativa é seguir o trabalho como baixista, apesar da perda dos dedos. “Vou conseguir voltar a fazer a coisa que eu mais amo nessa vida, que é subir no palco. Os médicos estão felizes que eu tenho uma recuperação muito boa, as coisas estão acontecendo muito bem”.
Guilherme Goes, baixista da banda Zimbra, perdeu quatro dedos da mão direita.
Reprodução/Redes sociais
Carinho e apoio
De acordo com o baixista, as mensagens de energia positiva que recebeu de amigos, familiares e fãs foram essenciais para manter a esperança de que tudo ficaria bem. “Isso me deu muita força, isso que me deu coragem desse recomeço”.
Para Guilherme, não há motivos para se lamentar, mas sim agradecer pela vida. “Sou muito grato por estar bem. Minha cabeça está muito boa, eu estou com muita esperança e muita vontade de viver e de recomeçar”.
Rotina da banda
Um dia após o acidente de Guilherme, a banda Zimbra tinha uma apresentação em Campinas, mas cancelou o show. Na ocasião, o grupo publicou um comunicado informando a suspensão do evento por causa de motivo de saúde de um dos integrantes.
Guilherme garantiu que, daqui para frente, a banda seguirá com os planos iniciais. O baixista informou que esse foi um pedido dele. “Meus irmãos de banda, nesse momento difícil da minha vida, me deram todo espaço, me acolheram e me ouviram […]. Não queria que nada parasse, eu queria que tudo seguisse no plano Inicial e vai seguir”, relatou.
Guilherme (à direita) disse que recebeu muito apoio dos colegas da banda Zimbra
Reprodução/Instagram
O músico ainda disse que um novo disco já está gravado e a expectativa é alta para o lançamento. “Nos próximos dias vai sair o primeiro single desse disco”, disse ele. Depois de tudo que passou, segundo o músico, a nova canção se tornou muito especial.
Ao g1, o vocalista da banda Rafael Costa, conhecido como Bola, afirmou que o grupo ainda decidirá como prosseguir com os shows, pois o foco atual é a recuperação de Guilherme.
Banda Zimbra
Com estilo de pop rock, a banda Zimbra foi formada em 2011, pelos músicos santistas Rafael Costa (vocal), Vitor Fernandes (guitarra), Guilherme Goes (baixo) e Pedro Furtado (bateria), e ficou conhecida com um repertório autoral, que gerou diversos CDs, singles, clipes e álbuns. A música ‘Me Mude’, inclusive, chegou a ser trilha sonora da série ‘Shippados’, da Globoplay.
O grupo se apresenta por todo o país e já dividiu palco com artistas como Nasi (Ira!), Teatro Mágico, NX Zero, Natiruts, Capital Inicial, Fresno, Supercombo e Scalene. Além disso, o grupo já participou de importantes festivais, como Lollapalooza (2015) e Rock in Rio (2019).
Recentemente, os integrantes da banda participaram do podcast ‘Baixada em Pauta’, do g1 Santos. Na ocasião, eles ressaltaram a paixão pelas músicas, escolhas e o momento mais maduro como homens e artistas (assista na íntegra abaixo).
Baixada em Pauta: Banda Zimbra dá o tom da conversa no programa da semana
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