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Criador da série ‘Bebê Rena’ cita anos de perseguição ‘extremamente perturbadora’ em processo

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Criador da série ‘Bebê Rena’ cita anos de perseguição ‘extremamente perturbadora’ em processo

Richard Gadd relembrou os acontecimentos em uma petição judicial que faz parte do processo que Fiona Harvey move contra a Netflix. Bebê Rena começa com uma mulher solitária, Martha, conhecendo o personagem de Richard Gadd, Donny, no bar onde ele trabalha — dando início a uma trama de stalking
Netflix/via BBC
Richard Gadd, criador da série “Bebê Rena”, citou ter sofrido anos de uma perseguição “extremamente perturbadora” por parte de sua stalker. Na segunda-feira (29), ele relembrou os acontecimentos em uma petição judicial que faz parte do processo que Fiona Harvey move contra a Netflix.
Fiona abriu uma ação contra a plataforma em junho, argumentando que o programa a difamou ao retratá-la como uma perseguidora condenada e presa. Em seu processo, ela ainda afirma que nunca foi condenada por um crime e pede uma indenização de pelo menos US$ 170 milhões (equivalente a R$ 893,9 milhões).
A Netflix tenta anular o processo alegando que a representação de Gadd é substancialmente verdadeira.
Embora seu nome não tenha sido revelado na série (a obra usa o nome de Martha para a personagem), Fiona afirmou ser a pessoa retratada e se manifestou durante uma entrevista ao jornalista Piers Morgan, alegando que a história era um “completo absurdo”.
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A série “Bebê Rena” foi inspirada na experiência de Gadd como vítima de perseguição durante o início de sua carreira como comediante em um pub. Segundo a revista Variety, ele reiterou no processo que, embora o programa seja “emocionalmente fiel” à sua própria vida, não pretende ser “um relato passo a passo” dos acontecimentos.
Ao relembrar o caso na petição judicial que faz parte da defesa do processo, ele afirma que conheceu Fiona Harvey enquanto trabalhava em um pub Hawley Ars, em 2014.
Ele a denunciou para a polícia em fevereiro de 2016 após sofrer dos anos de assédio. Nesse período, ele recebeu milhares de emails e mensagens de voz perturbadores com “conteúdo sexualmente explícito, violento e depreciativo, discurso de ódio e ameaça”.
Montagem com fotos de Fiona Harvey e cena da série ‘Bebê Rena’.
Netflix e YouTube/@PiersMorganUncensored
Gadd afirma que quando conseguiu que a polícia emitisse um alerta de assédio, as interações diminuíram drasticamente, mas não cessaram. E que após isso, recebeu uma carta escrita por ela com uma calcinha dentro.
No processo, Gadd afirma que Harvey memorizou seus turnos de trabalho no pub e chegava a ficar sentada no bar ao longo de todo o período de trabalho, fazendo brincadeiras obscenas e chegando a beliscar suas nádegas.
“Pedi para que ela me deixasse em paz em diversas ocasiões, mas ela ignorou meus pedidos”. No documento, ele conta ainda que, em 2015, chegou a confrontar Harvey depois que ela afirmou a um cliente que os dois haviam tido relação sexual, o que segundo ele, era mentira.
Ele afirma que o assédio constante afetou seu sono e que ele começou a evitar partes de Londres que frequentava por medo. “Eu estava em pânico e paranoico. Com medo de entrar no metrô, no ônibus, com medo de encontrá-la.” Ele ainda temia que suas ações pudessem afetar seus pais.
“O efeito cumulativo de todas as ações de Harvey foi enorme”, escreveu Gadd. “Foi exaustivo e extremamente perturbador lidar com suas constantes interações pessoais no Hawley Arms, com ela me seguindo por Londres, inclusive, perto de onde eu morava, e suas comunicações implacáveis e profundamente desagradáveis.”
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