Política
Apesar de dois grandes apagões em 2023, ano teve menor média de falta de energia em 23 anos – Notícias
Mesmo com dois grandes apagões registrados, 2023 foi o ano em que os brasileiros passaram, em média, menos tempo sem energia elétrica desde 2000. É o que mostram números da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela regulação e fiscalização do setor no país. No ano passado, foram 9 horas e 36 minutos no escuro, contra 18 horas e 46 minutos sem luz registradas em 2012.
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Veja os resultados ano a ano:
• 2000: 16 horas e 33 minutos
• 2001: 15 horas e 59 minutos
• 2002: 17 horas e 54 minutos
• 2003: 16 horas e 10 minutos
• 2004: 15 horas e 30 minutos
• 2005: 16 horas e 6 minutos
• 2006: 15 horas e 43 minutos
• 2007: 15 horas e 37 minutos
• 2008: 16 horas e 10 minutos
• 2009: 18 horas e 15 minutos
• 2010: 18 horas e 25 minutos
• 2011: 18 horas e 36 minutos
• 2012: 18 horas e 46 minutos
• 2013: 18 horas e 29 minutos
• 2014: 18 horas e 8 minutos
• 2015: 18 horas e 43 minutos
• 2016: 15 horas e 54 minutos
• 2017: 14 horas e 28 minutos
• 2018: 13 horas e 19 minutos
• 2019: 12 horas e 58 minutos
• 2020: 11 horas e 32 minutos
• 2021: 11 horas e 48 minutos
• 2022: 11 horas e 12 minutos
• 2023: 9 horas e 36 minutos
O número de 2023 contrasta com dois grandes episódios enfrentados pela população. Em agosto, erros em dados usados para funcionamento de usinas geradoras causaram corte de energia em 25 estados e no Distrito Federal.
O evento começou em uma linha de transmissão entre Quixadá e Fortaleza, no Ceará, que pertence à Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), uma subsidiária da Eletrobras. Roraima foi a única unidade federativa não atingida pelo episódio porque o estado é isolado e não faz parte do sistema integrado nacional.
Em novembro, mais de 2 milhões de pessoas foram prejudicadas por um apagão em São Paulo. Embora a maioria das regiões atingidas tenha passado 72 horas no escuro, alguns locais chegaram a ficar quase uma semana sem energia.
O episódio começou depois que uma forte tempestade e rajadas de vento de mais 100 km/h atingiram o estado, o que provocou a queda de centenas de árvores e diversos alagamentos. Oito pessoas morreram em decorrência das tempestades.
Segundo a Enel, a principal distribuidora de energia em São Paulo, a força dos ventos danificou a rede de distribuição, quebrou centenas de postes, derrubou transformadores e rompeu cabos elétricos. A concessionária atende à capital e a 23 municípios da região metropolitana de São Paulo.
Falta de luz
O Brasil registrou cortes de energia elétrica em todos os estados e no Distrito Federal em 2023, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pela coordenação e operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no país. No total, foram 217 interrupções, ocasionadas por perturbações da rede. O levantamento da ONS não considera Roraima, porque o estado não faz parte do sistema nacional.
O Rio Grande do Sul foi o local com mais interrupções — foram 42 cortes de energia no ano passado. Alagoas, Amapá, Espírito Santo e Santa Catarina registraram apenas um episódio de falta de luz, cada. Confira a lista completa:
• Acre: 3
• Alagoas: 1
• Amapá: 1
• Amazonas: 10
• Bahia: 18
• Ceará: 14
• Distrito Federal: 2
• Espírito Santo: 1
• Goiás: 27
• Maranhão: 9
• Mato Grosso: 4
• Mato Grosso do Sul: 4
• Minas Gerais: 19
• Pará: 20
• Paraíba: 4
• Paraná: 14
• Pernambuco: 10
• Piauí: 3
• Rio de Janeiro: 11
• Rio Grande do Norte: 3
• Rio Grande do Sul: 42
• Rondônia: 11
• Santa Catarina: 1
• São Paulo: 9
• Sergipe: 2
• Tocantins: 3
Sem integração
Além de Roraima, ainda há 211 localidades isoladas no Brasil. O isolamento não atinge nenhum outro estado por inteiro, mas regiões do Acre, Amazonas, Rondônia, Amapá, Pará, Pernambuco e Mato Grosso também não são contempladas pelo sistema nacional. Nesses locais, o abastecimento é feito por meio de usinas térmicas a óleo diesel.
O preço da falta de integração é alto. Em 2019, como o R7 mostrou, o custo de energia nas áreas interligadas era de R$ 176 o megawatt (MWh), enquanto o preço dessa mesma energia para o sistema isolado era de R$ 1.287 o MWh, devido ao alto custo do diesel, que também é o suprimento mais poluente da matriz elétrica.