Música
10 músicas essenciais de Ace Frehley, do Kiss, segundo Rolling Stone

Ace Frehley foi o guitarrista “spaceman” que ocupava o centro do Kiss. Apenas um garoto do Bronx, ele se transformou em um monstro extraterrestre do rock, com sua maquiagem prateada e botas de astronauta cintilantes. Como Space Ace, foi a força motriz do Kiss com seus riffs pesados, e inspirou incontáveis jovens, ao longo das décadas, a pegar uma guitarra e tocar junto — não importa quais sejam suas bandas favoritas, é bem provável que seus guitarristas tenham começado como fãs do Ace. Mas ele foi muito mais do que um personagem clássico do rock’n’roll — seu legado musical é tão gigantesco quanto o próprio planeta Jendell. A seguir, algumas das músicas lendárias que manterão viva para sempre a lenda de Ace Frehley.
Kiss, ‘Parasite’ (1974)
Os anos 1990 foram o auge das bandas de guitarra — e isso se deve, em parte, ao fato de que muitos músicos dessa geração cresceram venerando Ace Frehley e o encanto que ele exercia em faixas como “Parasite”. É a música mais proto-grunge do Kiss: pesada como um dinossauro, mas surpreendentemente ágil. Destaque do álbum Hotter Than Hell, marca o momento em que Ace se consolida como compositor e guitarrista principal (embora o vocal seja de Gene Simmons). Com seu toque punk e agressivo, “Parasite” mostra por que Ace se tornou cada vez mais influente ao longo dos anos.
Kiss, ‘Cold Gin’ (1974)
O primeiro clássico escrito por Ace Frehley, “Cold Gin”, foi um dos pontos altos do álbum de estreia do Kiss, lançado em 1974 — uma crônica de bebedeira e caos que antecipava o que viria pela frente. Ace não se sentia confiante o bastante para cantar, então Gene Simmons assumiu o vocal (ironicamente, ele não bebia). A música permaneceu no repertório do Kiss por décadas, mas a versão definitiva é a de Alive! (1975), com Paul Stanley introduzindo: “Tem que ter alguém aí que goste de tequila!” O público responde em coro — mas, quando Paul pergunta qual é a bebida favorita da plateia, o grito coletivo é claro: “Cold Gin!”.
Kiss, ‘Shock Me’ (1977)
De certa forma, Ace Frehley arriscava a vida pelo rock & roll toda vez que o Kiss subia ao palco, devido aos efeitos pirotécnicos que saíam de sua guitarra, que eram um tanto primitivos nos primórdios da banda. Um desastre desses quase aconteceu certa noite em Lakeland, Flórida, quando ele foi eletrocutado. “Fui jogado para trás, 220 volts”, ele lembrou mais tarde, “e fiquei inconsciente por cerca de cinco minutos. Tive queimaduras nos dedos. Quase morri”. O episódio inspirou “Shock Me”, sua primeira faixa com vocal principal no Kiss — e um dos melhores solos de guitarra da banda. Em vez de trauma, Ace transformou a experiência em uma metáfora otimista sobre prazer e energia — a marca de um artista que fazia da transcendência seu ofício.
Kiss, ‘Rocket Ride’ (1978)
O Kiss tentou reproduzir o sucesso “ao vivo” do álbum seminal Alive! com Alive II, ao mesmo tempo em que oferecia aos fãs algumas gravações de estúdio. A melhor delas é “Rocket Ride“, de Ace Frehley, uma explosão de rock & roll com insinuações sexuais que explorava perfeitamente os pontos fortes do guitarrista travesso. Há um riff monstruoso, um refrão que faz gritar junto e um improviso para a eternidade: “Vamos lá, pegue meu foguete!”, grita Ace. Sutil, não foi.
‘New York Groove’ (1978)
Quando o Kiss teve a ideia de lançar quatro discos solo no mesmo dia, poucas pessoas envolvidas na empreitada imaginariam que o de Frehley seria o mais bem-sucedido — incluindo os outros membros do Kiss, que condescendentemente lhe ofereceram ajuda com o projeto. Mas acabou se tornando o hit de sucesso, graças à versão arrasadora de Ace para “New York Groove“, originalmente da banda britânica de glam Hello. Frehley estava cético em relação à gravação da música quando o produtor Eddie Kramer propôs a ideia inicialmente, mas se jogou de cabeça, inspirando-se em seu profundo conhecimento da então vibrante cena de prostituição da Times Square — e criou uma das músicas mais queridas da década de 1970.
‘Rip It Out’ (1978)
18 de setembro de 1978 foi talvez o dia mais setentista dos anos setenta: quando os quatro membros do Kiss lançaram álbuns solo simultaneamente. Mas Ace se destacou de forma impressionante sobre seus companheiros de banda neste dia com seu álbum solo, abrindo-o com “Rip It Out“. Para os outros, “Rip It Out” teria sido um candidato de destaque a um sucesso. No álbum de Ace, foi ofuscado por “New York Groove“, mas “Rip It Out” é a escolha dos especialistas para Ace solo — ele lamenta sobre amores traídos, mas deixa sua Gibson falar mais.
Kiss, ‘Hard Times’ (1979)
Dynasty, o trabalho de 1979 com viés disco do Kiss, e seu hit de rádio “I Was Made for Loving You” deixaram alguns membros do Kiss Army pensando que seus super-heróis tinham enfraquecido. Mas Ace Frehley garantiu que um toque de rock corajoso permanecesse no som da banda com “Hard Times“, uma das três faixas de Dynasty em que ele cantou a voz principal. Ele também compôs “Hard Times“, e a música transborda sua atitude do Bronx: “Tivemos que lutar para sermos aceitos!”, ele zomba em determinado momento. “Os tempos difíceis me fortaleceram.”
Frehley’s Comet, ‘Calling to You’ (1987)
Ace Frehley deixou o Kiss em 1982 e logo formou o Frehley’s Comet. A banda lançou seu primeiro álbum homônimo em 1987. Os singles foram “Into the Night” e “Rock Soldiers“, este último gravado com um “exército de guitarras” e inspirado em uma perseguição policial enquanto dirigia seu DeLorean sob efeito de álcool. Mas a coisa mais contagiante do álbum é “Calling to You“, uma divertida ode pop-metal ao estilo de vida do rock & roll. “Alguns não conseguem entender/E eles só vão até certo ponto”, ele canta. Para Ace, ir longe demais sempre foi apenas o ponto de partida.
‘Do Ya’, 1989
Quando Ace Frehley lançou Trouble Walkin’, em 1989, seu segundo álbum solo com seu próprio nome — seus primeiros LPs sem ser do Kiss foram como Frehley’s Comet — ele incluiu uma versão de “Do Ya“, de Jeff Lynne, pronta para o rádio. Originalmente gravada pelo Move e posteriormente transformada em um verdadeiro sucesso pelo ELO de Lynne, a canção de rock crocante foi o veículo perfeito para Frehley, o artista solo, e seu vídeo colocou o rosto do guitarrista (sem pintura) na MTV. Frehley também aproveitou a oportunidade para tornar “Do Ya” sua, literalmente. No refrão final, ele mesmo grita descaradamente: “Do ya, do ya want the Ace?”
“Outer Space”, 2009
Em seu primeiro álbum solo em 20 anos, Anomaly, Ace Frehley se aprofundou em sua história de origem — mas não na de Nova York. Em vez disso, ele abraçou sua fantástica persona de Astronauta em músicas como a instrumental cósmica “Space Bear” e a roqueira “Outer Space“. “É como eu te disse, eu vim do espaço sideral”, ele canta nesta última. “Eu quero te levar embora”. O álbum pode ter agradado mais aos fãs hardcore de Ace, mas conseguiu provar que Frehley ainda tinha as qualidades de um guitarrista pioneiro. Ouça seu longo intervalo solo logo após a marca de 2:00 e maravilhe-se.
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